O Piauí registrou uma leve melhora na situação da seca durante o mês de agosto, segundo dados do Monitoramento de Secas e Impactos no Brasil, divulgado pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden). Apesar do alívio parcial, algumas regiões do estado ainda enfrentam condições críticas de estiagem, mantendo autoridades e população em alerta.
O Índice Integrado de Secas (IIS3) indica que, embora tenha havido redução do número de municípios em seca severa, áreas do Sudeste do Piauí continuam apresentando níveis elevados de escassez de água e baixa umidade do solo. Comparado a julho, houve melhora em indicadores de seca fraca e moderada, mas 22,2% do território estadual ainda se encontra em situação de seca extrema (S3), fenômeno que não ocorria no estado desde julho de 2018.
Especialistas apontam que a melhora parcial foi influenciada por chuvas localizadas, mas reforçam que a recuperação total depende da regularização das precipitações nos próximos meses. “Apesar do alívio em algumas regiões, o estado não pode baixar a guarda. A combinação de seca prolongada e solo ressecado mantém áreas vulneráveis sob risco”, afirmou um técnico do Cemaden.
O monitoramento também destaca que o Nordeste brasileiro, incluindo o Piauí, continua a concentrar as áreas mais críticas de seca, em um corredor que se estende por Bahia, Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso. Em assentamentos rurais, embora tenha ocorrido uma redução de 15,9% em localidades afetadas por seca fraca a severa, houve aumento de 37,5% em territórios atingidos por seca extrema, refletindo o caráter irregular das chuvas na região.
As autoridades estaduais reforçam que é necessário manter medidas de gestão hídrica e prevenção de impactos sociais, especialmente no abastecimento de água para consumo humano, agricultura e criação de animais, garantindo que a leve melhora observada não se transforme em novos problemas nos próximos meses.
