
Após mais de duas décadas de tramitação, o Tribunal do Júri condenou, na terça-feira (2), o ex-policial militar Francisco Pereira da Silva a 32 anos e 1 mês de prisão. Ele foi considerado culpado pelo homicídio do radialista José Edson de Sousa da Mata e pela tentativa de homicídio contra Antônio Pereira Silva de Sousa, crimes ocorridos durante uma festa de Halloween em Cocal da Telha, no ano de 2003. O julgamento foi conduzido pelo juiz Sandro Francisco Rodrigues, da Comarca de Capitão de Campos.
De acordo com o Ministério Público do Piauí, o caso aconteceu na noite de 23 de novembro daquele ano. Embriagado, o então policial sacou um revólver e disparou na direção do palco onde o evento era realizado. Os tiros mataram o radialista Edinho e feriram Antônio Pereira no braço. O acusado acabou sendo contido pelo filho e por outro policial que estava no local.
A denúncia foi apresentada ainda em 2003, mas o processo percorreu um longo caminho até chegar ao plenário do júri. Durante o julgamento, os jurados concluíram que Francisco Pereira agiu com intenção de matar e reconheceram as qualificadoras de perigo comum, pelo uso de arma de fogo em um espaço cheio de pessoas, e de recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Na sentença, o juiz ressaltou que o réu exercia função policial na época, o que agravou o entendimento sobre sua responsabilidade, já que tinha o dever funcional de proteger a população. As penas pelos dois crimes foram somadas, como prevê o concurso material, resultando em 32 anos e 1 mês de reclusão em regime fechado.
O magistrado determinou a expedição imediata do mandado de prisão e estabeleceu que o ex-policial seja encaminhado a um quartel-presídio, em razão de sua condição funcional.






