Luizianne Lins tem gravado vídeos sobre a situação da flotilha, expondo todo o problema vivenciado – (crédito: Reprodução/Instagram)
A expedição internacional Global Sumud Flotilla (GSF), que tenta romper o bloqueio israelense à Faixa de Gaza levando alimentos, água e medicamentos, vem sendo alvo de sucessivos ataques desde o início de setembro. Entre os tripulantes estão brasileiros, incluindo a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE), a vereadora Mariana Conti (PSOL-Campinas), a dirigente Gabrielle Tolotti (PSOL-RS), o militante Nicolas Calabrese e o ativista Thiago Ávila.
De acordo com um ofício encaminhado ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silv, as embarcações enfrentaram episódios graves de violência. No dia 9 de setembro, um dos navios foi atingido por um drone em águas tunisianas, resultando em incêndio e danos estruturais. Já na última terça-feira (23/9), próximo à ilha de Creta, na Grécia, mais de dez explosões atingiram os barcos.
Os relatos incluem vigilância por drones, lançamento de explosivos e químicos, além de interferências nos sistemas de comunicação de emergência. O coordenador da delegação brasileira informou que cápsulas com líquidos irritantes e granadas de luz foram lançadas contra as embarcações. “Arde ao contato da pele”, descreveu. A organização atribui os ataques a Israel, que não confirma a autoria.
Em suas redes sociais, a deputada Luizianne Lins relatou a gravidade da situação nesta sexta-feira (26/9). “Imagina que você está na madrugada, às 2 horas, no meio do Mediterrâneo, onde não se vê terra, nem de um lado, nem do outro. Ter que passar por ataques covardes, de um inimigo que ataca a noite e não mostra sequer o rosto, ataca com drones”, disse.
A parlamentar também destacou os motivos da participação na iniciativa. “Nós estamos indo porque nunca houve uma catástrofe tão grave, pelo menos no século 21, que é o genocídio praticado por Israel em Gaza. Já são milhares de palestinos que são assassinados diariamente”, afirmou.
O documento encaminhado ao governo brasileiro cobra uma posição firme em defesa dos cidadãos do país que integram a flotilha. “Não há tempo a perder. A cada hora que se adia uma ação concreta, aumenta o risco de tragédia. Não se trata apenas de proteger vidas brasileiras, trata-se de afirmar o Brasil como nação soberana, solidária e digna de respeito internacional”, diz o texto.