
O Corpo de Bombeiros do Piauí confirmou um aumento exponencial no número de ocorrências de queimadas registradas entre a sexta-feira (30) e o sábado (31) em municípios próximos a Teresina, como Merval Lobão, Monsenhor Gil e Lagoinha do Piauí. A corporação informou que, embora ainda não haja números consolidados, as chamadas ao serviço de emergência chegaram a cerca de 30 nesse período.
Segundo o comandante da corporação, a principal causa das queimadas é a ação humana. “Honestamente falando, é 100% ação humana. Seja de forma intencional, como no caso de piromaníacos que ateiam fogo por prazer, seja em situações de descuido, como o hábito de queimar folhas ou lixo em terrenos baldios”, afirmou. Ele destacou a dificuldade de responsabilizar autores, já que muitas vezes o incêndio só se espalha minutos depois, quando a pessoa já não está mais no local.
Além dos prejuízos ambientais, os incêndios também têm impactos diretos sobre a saúde da população. “Muita gente sofre com a fuligem e a fumaça dentro de casa. Pessoas com problemas respiratórios são as mais atingidas. A queimada não faz sentido algum, é irracional. Prejudica a natureza, destrói a vegetação que leva de quatro a cinco anos para se recompor, atinge a fauna e compromete a qualidade de vida do próprio ser humano”, reforçou o comandante.
A corporação lembra que atear fogo em áreas urbanas ou rurais é crime. Quem for flagrado pode responder judicialmente, mesmo em casos considerados acidentais. “Se você junta folhas e toca fogo, pode responder pelos danos causados aos vizinhos”, alertou.
Para enfrentar o período crítico, o Corpo de Bombeiros recebeu novos equipamentos e veículos, entre eles 26 viaturas específicas para incêndios florestais, 14 picapes com kits de combate a fogo e outras unidades adquiridas com recursos parlamentares. A operação também conta com brigadistas capacitados em parceria com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente (SEMA) e prefeituras.
O comandante fez ainda um apelo à população. “O fogo é útil, mas precisa ser controlado. Neste momento, com temperaturas elevadas, baixa umidade do ar e ventos fortes, qualquer foco pode se espalhar rapidamente. Se houver necessidade de queimar, que seja após as 18h ou antes das 6h, quando as condições são mais seguras. Mesmo assim, é preciso manter vigilância por dois ou três dias, pois troncos continuam queimando e podem espalhar fagulhas a centenas de metros de distância.”