
A Polícia Federal (PF) e a Controladoria-Geral da União (CGU) deflagraram nesta terça-feira (30) as operações OMNI e Difusão, que investigam fraudes em contratos da Secretaria de Estado da Saúde (Sesapi) e da Fundação Municipal de Saúde (FMS) de Teresina. O esquema utilizava empresas de fachada e licitações manipuladas para desviar recursos da saúde pública.
Esquema milionário com empresas de fachada
As apurações apontam que empresários criaram uma rede de proteção para ocultar a destinação dos valores desviados, repetindo práticas criminosas em contratos em andamento. Empresas “laranjas” eram usadas para dar aparência de legalidade aos negócios.
Foram presos Bruno Santos Leal Campos e Nemesio Martins de Castro Neto, ligados à empresa Big Data Health. O prejuízo estimado chega a R$ 60 milhões. Entre os crimes investigados estão lavagem de dinheiro, superfaturamento, falsidade ideológica e conflito de interesses.

Mandados, afastamentos e bloqueio de valores
Na Operação OMNI, a Justiça Federal determinou a suspensão de contratos da Sesapi e o afastamento de um servidor suspeito. Foram cumpridos 22 mandados de busca e apreensão em sete cidades, incluindo Teresina, Brasília e São Paulo.
Já a Operação Difusão concentra-se em contratos de hemodiálise e diálise peritoneal ligados à Sesapi e à FMS. Foram cumpridos sete mandados de busca, e uma servidora foi afastada cautelarmente de suas funções.
A Justiça determinou ainda o bloqueio judicial de R$ 66 milhões e a apreensão de cerca de R$ 1 milhão em espécie.

Posicionamento dos órgãos
A Sesapi informou que tomou conhecimento da operação e se colocou à disposição das autoridades, reafirmando o compromisso com a legalidade e a correta aplicação dos recursos.
A FMS, por sua vez, declarou que ainda não foi oficialmente notificada, mas reforçou compromisso com a transparência e garantiu que prestará todos os esclarecimentos caso seja formalmente acionada.
As investigações seguem em andamento sob segredo de justiça.