
Tragédia em aterro de Teresina expõe situação desumana vivida por catadores: “É preciso agir com urgência”, alerta vereador
A morte de um menino de apenas 12 anos no aterro sanitário de Teresina acendeu um alerta sobre as condições degradantes enfrentadas por dezenas de famílias que tiram o sustento da coleta de materiais recicláveis no local. A tragédia, amplamente repercutida nas redes sociais, gerou comoção e mobilizou autoridades públicas.
O vereador Roncalli Filho (PT) esteve no local, junto com outros parlamentares da Câmara Municipal, para averiguar de perto a realidade. Em um vídeo publicado nas redes sociais, ele descreve o cenário como “alarmante” e cobra providências imediatas do poder público. “Famílias inteiras seguem catando materiais recicláveis em condições desumanas, expostas a riscos todos os dias. Essa tragédia não pode cair no esquecimento”, afirmou o vereador.
Além da denúncia, Roncalli anunciou que será iniciado o cadastramento das famílias que trabalham no local. O objetivo, segundo ele, é garantir que essas pessoas recebam o apoio necessário para que possam sair dessa situação com dignidade. A medida visa oferecer uma resposta emergencial e estrutural, que vá além da comoção pontual.
Exposição ao risco e abandono
A morte da criança — cuja identidade não foi divulgada — revelou uma realidade crua: o aterro funciona como espaço de trabalho informal para adultos e crianças, sem qualquer garantia de segurança, assistência social ou proteção legal. Segundo relatos, é comum que menores de idade acompanhem os pais e também participem da coleta de resíduos, expostos a lixo tóxico, veículos pesados e animais.
“O mínimo que se espera é que essa tragédia sirva como um divisor de águas. Não dá mais para fingir que isso não está acontecendo na capital do estado”, reforçou Roncalli.
Repercussão nas redes e apelo por ação urgente
A publicação do vereador no Instagram rapidamente viralizou, reunindo centenas de curtidas e comentários. Muitos usuários demonstraram indignação com a situação e apoiaram a iniciativa de fiscalização e assistência.
Entre as ações emergenciais previstas, estão a identificação das famílias, articulação com a rede de assistência social e cobrança de atuação direta da Prefeitura e do Governo do Estado para garantir inclusão social, habitação e educação para as crianças que vivem nesse ciclo de exclusão.
Um problema estrutural
O caso expõe uma ferida antiga de Teresina e de várias outras cidades brasileiras: a ausência de políticas públicas eficazes para os trabalhadores informais da reciclagem, que sobrevivem em meio ao descaso, invisibilidade e negligência do poder público.
Enquanto isso, a tragédia da perda de uma criança de 12 anos serve como alerta de que o tempo de espera acabou. A cobrança agora é por ações concretas, não apenas promessas.
