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Vacina contra a dengue produzida pelo Butantan começa a ser aplicada em janeiro

A vacina desenvolvida pelo Butantan demonstrou eficácia de 89% contra formas graves.

O Ministério da Saúde informou nesta terça-feira (9) que a primeira vacina de dose única contra a dengue produzida no país pelo Instituto Butantan já está pronta para ser aplicada. A previsão é que a campanha inicial comece até o final de janeiro, após o registro regulatório aprovado pela Anvisa.

A primeira remessa conta com 1,3 milhão de doses e será destinada aos profissionais da Atenção Primária. Esse grupo inclui equipes das Unidades Básicas de Saúde e trabalhadores que realizam atendimento direto à população em visitas domiciliares. A decisão segue orientação da Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização, que avaliou o alto risco de exposição desses servidores e a importância de protegê-los antes da expansão para outros públicos.

Durante o anúncio, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, destacou que os profissionais da Atenção Primária são os primeiros a receber pacientes com suspeita de dengue e que a imunização precoce desse grupo contribui para reduzir impactos no atendimento. Segundo o ministro, a produção do Butantan garante o início imediato da vacinação nesse segmento.

Ampliação da campanha

Com o aumento da capacidade produtiva, o Ministério da Saúde planeja estender a vacinação a partir do público mais velho. A etapa seguinte deve começar por adultos a partir de 59 anos e avançar gradualmente até alcançar pessoas com 15 anos ou mais.

A expansão será possível por meio de uma parceria entre o Instituto Butantan e a empresa WuXi Vaccines, responsável por ampliar o volume de produção e transferir tecnologia para o país. As prioridades foram definidas com base no comportamento epidemiológico da doença e na análise de especialistas durante reunião realizada no início de dezembro.

Cidade-piloto

Parte das doses será usada em Botucatu, no interior de São Paulo, que servirá como área de observação para acompanhar o impacto de uma vacinação em massa na circulação do vírus. A cidade deverá iniciar rapidamente a imunização das pessoas entre 15 e 59 anos. A expectativa é que, mesmo com adesão por volta de metade da população, já seja possível identificar efeitos positivos no controle da dengue.

Botucatu já participou de uma estratégia semelhante durante a pandemia de covid-19. Outros municípios com grande circulação do sorotipo DENV-3, associado ao aumento de casos em 2024, estão sendo avaliados para participar da mesma abordagem.

Resultados de eficácia

A vacina desenvolvida pelo Butantan demonstrou eficácia de 74,7 por cento contra casos sintomáticos em pessoas de 12 a 59 anos e de 89 por cento contra quadros graves ou com sinais de alarme. Os resultados foram apresentados à Anvisa, que concedeu o registro do imunizante na segunda-feira.

O Sistema Único de Saúde já disponibiliza outra vacina contra a dengue, produzida por um laboratório japonês. Esse imunizante é aplicado em duas doses e é voltado a adolescentes de 10 a 14 anos. Desde a incorporação ao SUS em 2024, mais de 7,4 milhões de doses foram aplicadas. Para os anos de 2026 e 2027, o Ministério da Saúde garantiu 18 milhões de doses, sendo 9 milhões para cada ano.

 

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