Faleceu na noite desta terça-feira (13), em Salvador (BA), o médium e líder religioso Divaldo Franco, aos 98 anos. A causa da morte foi falência múltipla dos órgãos, conforme informou a assessoria da Mansão do Caminho, instituição fundada por ele. Divaldo enfrentava desde 2023 problemas de saúde, sendo o principal um câncer de bexiga, diagnosticado em novembro do ano passado. Mesmo com o agravamento do quadro clínico, permaneceu lúcido até os últimos momentos.
Nascido em 5 de maio de 1927, em Feira de Santana (BA), Divaldo Pereira Franco foi um dos mais importantes expoentes do espiritismo no Brasil e no mundo. Formado como professor, ele se dedicou desde jovem à educação, à doutrina espírita e à promoção social, deixando um legado que ultrapassa gerações.
Divaldo era responsável pela Mansão do Caminho, localizada no bairro de Pau da Lima, em Salvador. Fundada com recursos modestos e apoio de voluntários, a instituição cresceu ao longo das décadas e hoje abriga mais de 50 unidades, entre creches, escolas, panificadora, centro médico, cursos técnicos e profissionalizantes. O trabalho assistencial impactou milhares de famílias e crianças em situação de vulnerabilidade social.
Em entrevista concedida anos atrás, Divaldo relembrou o início da missão social:
“Começamos com uma escola à sombra de uma mangueira. Arrumamos caixotes de cebola para fazer carteira e, no quintal, nós dávamos aula. Aí, nasceu esse ideal de educar.”
A história de vida de Divaldo começou marcada por desafios. O próprio nascimento foi cercado de incertezas: sua mãe, Anna Franco, foi aconselhada a abortar por conta da idade avançada e das suspeitas médicas sobre uma gravidez de risco. Contra todos os prognósticos, ela prosseguiu, e deu à luz aquele que seria o mais novo de doze filhos — sete dos quais sobreviveram.
Ao longo de mais de sete décadas de atuação, Divaldo Franco se destacou como conferencista internacional, psicógrafo de centenas de obras e referência na divulgação da doutrina espírita kardecista. Sua partida deixa uma lacuna entre os admiradores da espiritualidade, da caridade e da educação humanitária.
Informações sobre o velório e homenagens póstumas ainda não foram divulgadas pela Mansão do Caminho.