
O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses conquistou oficialmente o título de Patrimônio Mundial Natural da Humanidade, concedido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), nesta sexta-feira (15). Com o reconhecimento, o parque se junta a sítios naturais de relevância global, como as Cataratas do Iguaçu e o Pantanal.
A candidatura brasileira foi apresentada pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), em parceria com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o Ministério das Relações Exteriores e o governo do Maranhão. A certificação foi aprovada em julho de 2024, durante reunião do Comitê do Patrimônio Mundial, realizada em Nova Délhi, na Índia, destacando a beleza e as características geomorfológicas únicas da região.
“Ao sobrevoar os Lençóis, é como se as nuvens tivessem se cristalizado no chão, com dunas esculpidas de forma impressionante, algo digno da mão de Deus”, comentou a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, durante a cerimônia de certificação no Parque das Dunas, em Barreirinhas (MA).
O parque ocupa cerca de 156 mil hectares e é formado por dunas entremeadas por lagoas de água doce, moldadas pela ação dos ventos. Criado em 1981 e administrado pelo ICMBio, o local está situado em uma zona de transição entre Cerrado, Caatinga e Amazônia. Entre sua fauna e flora, destacam-se 133 espécies de plantas, 112 espécies de aves e ao menos 42 espécies de répteis.
O presidente do ICMBio, Mauro Pires, ressaltou a importância das unidades de conservação: “Elas protegem riquezas naturais únicas, preservam a biodiversidade e contribuem de forma significativa para a captura de carbono da atmosfera. Reconhecimentos como este reforçam a necessidade de preservação e a conscientização social sobre essas áreas.”
Marina Silva também destacou o papel ecológico e socioeconômico da preservação: “Valorizamos nossas riquezas naturais, garantindo sua proteção para equilibrar o planeta, proteger a biodiversidade, oferecer serviços ecossistêmicos e, ao mesmo tempo, gerar emprego e renda para a população local.”
O título da Unesco deve aumentar a visibilidade e o turismo na região. Em 2024, o parque recebeu 440 mil visitantes, tornando-se o sexto mais visitado do país. Apesar do crescimento do fluxo de turistas, a administração do parque reforça a importância de conciliar visitação e conservação ambiental.