O tenente-coronel Mauro Cid , ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), relatou à Polícia Federal (PF) que o general Walter Braga Netto
afirmou que o dinheiro para financiar o plano golpista veio do “pessoal do agronegócio”.
A informação consta na decisão em que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determina a prisão de Braga Netto. A PF cumpriu a ordem na manhã deste sábado (14), no Rio de Janeiro.
De acordo com Cid, Braga Netto entregou os recursos em uma sacola de vinho e disse que foram obtidos “junto ao pessoal do agronegócio”. No trecho do depoimento revelado pela PF, não há informação sobre quem seriam os doadores nem qual valor teria sido entregue.
O dinheiro, segundo Cid, foi entregue ao major Rafael de Oliveira, um dos militares presos e investigados pela PF, em um encontro “no Palácio do Planalto ou do Alvorada”. Ele e Braga Netto teriam orçado o plano em aproximadamente R$ 100 mil.
No relatório em que pede a prisão de Braga Netto, a PF afirma que os militares envolvidos no plano golpista compraram, com o dinheiro vivo, um aparelho celular e quatro chips utilizados no “Plano Copa 2022”, que previa, especificamente, o sequestro e o assassinato de Alexandre de Moraes em 15 de dezembro de 2022.
“O Coronel De Oliveira esteve em reunião com o colaborador [Cid] e o general Braga Netto no Palácio do Planalto ou da Alvorada, onde o general Braga Netto entregou o dinheiro que havia sido solicitado para a realização da operação. O dinheiro foi entregue numa sacola de vinho. O general Braga Netto afirmou à época que o dinheiro havia sido obtido junto ao pessoal do agronegócio”, diz um trecho do depoimento de Cid, conforme transcrição da PF.
IG