Sob pressão crescente na linha de frente no leste de seu território, a Ucrânia disse pela primeira vez nesta sexta (16) que a invasão da região russa de Kursk tem como objetivo forçar Moscou a “entrar num processo de negociação justo”.
“Nós precisamos infligir derrotas táticas significativas à Rússia. Na região de Kursk, nós vemos como o instrumento militar é usado objetivamente para convencer a Federação Russa a entrar em um processo de negociação justo”, escreveu ele no Telegram e no X.
A frase coincide com a avaliação feita publicamente por Vladimir Putin do objetivo da incursão, a primeira invasão de território russo desde que Adolf Hitler atacou em 1941. O fato de ser dita 11 dias após o começo bem-sucedido da operação sugere seus limites.
Até aqui, Zelenski e suas Forças Armadas adotaram um tom propagandístico claro, após o sigilo absoluto da ação. Falou em estabelecer um escritório militar em Sudja, cidadezinha estratégica para o escoamento da produção de gás russo para a Europa, e tem publicado vídeos diários sobre suas ações.
O fato é que há dúvidas acerca da capacidade de Kiev de manter seu ímpeto. Os russos foram pegos de surpresa e estão lentamente montando uma defesa mais adequada, mas o tempo sempre corre a favor de Putin: há mais recursos de seu lado.
Outro ponto é que uma coisa é avançar, outra é reter ganhos. E Zelenski, segundo os relatos disponíveis, empregou algumas de suas melhores forças na invasão, desguarnecendo ainda mais a retaguarda -Donetsk, no leste do país, está sob risco de cair toda em mãos russas.
Nesta sexta, o Ministério da Defesa russo anunciou a tomada de mais uma vila no caminho de Pokrovsk, o centro logístico ferroviário das forças ucranianas naquela região, 1 das 4 anexadas ilegalmente por Putin em 2022.