Os profissionais do setor de asseio e conservação em Teresina iniciaram uma greve nesta quarta-feira (17) devido ao atraso no pagamento do vale-alimentação e das horas extras. A paralisação foi confirmada pelo SEEACEP – Sindicato dos Empregados em Empresas de Asseio e Conservação do Estado do Piauí.
Segundo o sindicato, até o início desta quarta-feira, grande parte dos trabalhadores ainda não havia recebido o benefício, que é considerado essencial para a subsistência e a dignidade dos profissionais. A paralisação está prevista para ocorrer por 48 horas, caso a situação não seja resolvida.
A decisão acontece após a empresa Ibero Soluções ter sido notificada oficialmente pelo ofício nº 78/2025, que comunicou a possibilidade de greve em razão do atraso no repasse do vale. De acordo com o SEEACEP, o atraso compromete diretamente a segurança alimentar dos trabalhadores e interfere no planejamento financeiro de suas famílias.
O sindicato alerta que a paralisação poderá impactar os serviços prestados à população, mas reforça que a medida é uma consequência do descumprimento das obrigações trabalhistas pela empresa. A entidade permanece aberta ao diálogo, aguardando uma solução imediata para evitar a deflagração do movimento grevista.
Greve é iniciada e sindicato detalha motivos
Em entrevista, o presidente do sindicato, Jonatas Miranda, afirmou que a empresa responsável pelos serviços, Ibero Lusitana, não efetuou os pagamentos apesar do prazo concedido após negociação na segunda-feira (15). “Eles se comprometeram a quitar os valores até as 0h de terça-feira, mas isso não aconteceu. Por isso, iniciamos a greve hoje”, disse. Miranda destacou ainda que a prefeitura já realizou os pagamentos devidos à empresa, o que torna o atraso aos trabalhadores incompreensível.
Relatos dos trabalhadores
Luciano, profissional da coleta, contou que trabalha até 12 horas por dia e depende do salário e do vale-alimentação para se manter. “Quando não recebemos, o desespero aumenta e as contas dentro de casa ficam pesadas”, relatou.
Outro trabalhador, Francivaldo, afirmou que o vale-alimentação está atrasado pelo segundo mês consecutivo e que as horas extras, conhecidas como “horas vermelhas”, também não foram pagas. “É complicado trabalhar, cumprir nossas funções e a empresa fazer descaso com a gente”, disse.
Até o momento, a Ibero Lusitana ainda não se manifestou oficialmente sobre a greve, que seguirá até que a situação seja regularizada.

Nota de esclarecimento
A ETURB – Entidade Autárquica Teresinense de Desenvolvimento Urbano informou que não existe qualquer débito da Prefeitura Municipal de Teresina com a empresa Ibero Lusitana, responsável pela coleta domiciliar nas zonas Sul e Sudeste da capital, e que, portanto, “não procede qualquer justificativa financeira para a paralisação anunciada”.
Ainda segundo o órgão, é “inaceitável que a Ibero Lusitana deixe de repassar aos trabalhadores tíquetes e horas extras referentes aos serviços já realizados, prejudicando diretamente os profissionais e comprometendo a coleta domiciliar na cidade”.
A ETURB também afirmou que adotará “todas as providências administrativas e legais cabíveis contra a empresa, com o objetivo de assegurar o cumprimento do contrato e garantir os direitos dos trabalhadores, além de proteger o interesse público”.






