
Entre os meses de janeiro e julho deste ano, o Programa Lixo Zero, coordenado pela Empresa Teresinense de Desenvolvimento Urbano (ETURB), registrou mais de 1.000 autos de infração e notificações relacionados ao descarte irregular de lixo em Teresina. A intensificação das fiscalizações, aliada ao uso de videomonitoramento 24 horas por dia, tem sido fundamental para identificar infratores e reforçar o controle urbano na capital.
Em entrevista exclusiva, Altino Alex, coordenador do programa, detalhou as estratégias adotadas pela gestão municipal e os próximos passos para tornar Teresina uma cidade mais limpa e ambientalmente responsável.
Controle mais rigoroso e tecnologia a serviço do meio ambiente
“A Prefeitura de Teresina tem enfrentado um desafio constante com o descarte irregular de resíduos. Para combater isso, intensificamos a fiscalização com uma abordagem mais tecnológica, como o uso de câmeras em pontos estratégicos da cidade”, destacou Altino Alex.
O sistema atual conta com monitoramento contínuo em áreas de grande fluxo e reincidência de infrações ambientais. A expectativa é que a eficácia das ações aumente com a implantação de mais 30 câmeras até o fim do semestre.
Denúncia e penalidades: como funciona o processo?
Além do trabalho direto da fiscalização, o Programa Lixo Zero também conta com a participação da população, que pode denunciar práticas irregulares por meio dos canais da ETURB ou da Ouvidoria do Município.
“Quando a denúncia chega, nossa equipe realiza o deslocamento até o local, faz o registro e, se comprovado o delito, emite a notificação ou auto de infração com base nas imagens ou no flagrante da equipe de campo”, explica Altino.
As multas variam entre R$ 473,17 e R$ 4.731,76, dependendo da gravidade do impacto ambiental causado pelo descarte. Casos reincidentes ou com grandes volumes de resíduos recebem as punições mais severas.
Outras ações além da punição
Apesar do foco na fiscalização, o programa também trabalha com ações educativas e de conscientização. Escolas, associações de bairro e lideranças comunitárias têm sido envolvidas em campanhas e projetos de mobilização ambiental.
“A limpeza urbana vai além da penalização. É preciso criar uma cultura de pertencimento e responsabilidade coletiva com os espaços públicos”, afirma o coordenador.
Além disso, a Prefeitura vem estudando novas parcerias com cooperativas de reciclagem e empresas privadas para promover o reaproveitamento de materiais e reduzir a quantidade de lixo nos espaços públicos.
Desafios e próximos passos
A meta da Prefeitura é reduzir drasticamente os pontos de descarte clandestino até o fim do ano e ampliar a cobertura do programa nos bairros mais afastados do centro. A proposta é transformar a política de limpeza urbana em uma frente contínua de desenvolvimento sustentável e preservação ambiental.
“Queremos mostrar que é possível manter uma cidade limpa quando há cooperação entre poder público e população. E o Programa Lixo Zero é um passo importante nessa direção”, finaliza Altino Alex.