
Produtos brasileiros podem ser duramente afetados por tarifas de 50% impostas pelos EUA
A partir de 1º de agosto, entrará em vigor uma tarifa de 50% sobre todas as importações brasileiras nos Estados Unidos. A medida, determinada pelo ex-presidente Donald Trump, representa uma ameaça direta à relação comercial entre os dois países.
Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China. Aproximadamente 12% de todas as exportações brasileiras têm como destino o mercado norte-americano. Com a nova tarifa, setores estratégicos da economia brasileira podem ser profundamente impactados.
Entre os principais produtos afetados estão combustíveis, ferro e aço, aeronaves e máquinas, itens que compõem a espinha dorsal das exportações industriais para os EUA. Além disso, o Brasil fornece grande volume de matérias-primas consumidas nos lares americanos, como café, carne bovina, suco de laranja, frutas e especiarias.
O setor de papel e celulose é um dos mais vulneráveis. Os Estados Unidos são um dos principais destinos das exportações brasileiras desse segmento, incluindo pasta de madeira, celulose e aparas de papel. Uma tarifa de 50% pode tornar os produtos brasileiros menos competitivos frente a fornecedores de outros países.
Empresários e representantes da indústria brasileira alertam para o risco de retração nas exportações e até colapso em alguns setores. A alta nos custos pode ainda ser sentida pelos consumidores americanos, principalmente no caso do café, produto no qual o Brasil é líder global e fornecedor fundamental para os EUA.
Uma delegação de senadores brasileiros já desembarcou em Washington para tentar negociar a suspensão ou redução das tarifas, mas até o momento, o governo norte-americano não sinalizou recuo.
Se a medida for mantida, o comércio bilateral pode sofrer uma das maiores rupturas das últimas décadas, com reflexos tanto econômicos quanto diplomáticos.