
O STF (Supremo Tribunal Federal) vai analisar uma denúncia da PGR (Procuradoria-Geral da República) contra Rubem Abdalla Barroso Júnior e Eloisa da Costa Leite no âmbito de uma investigação sobre os atos golpistas. O casal movimentou mais de R$ 1 milhão via Pix para alimentação do acampamento em frente ao Quartel-General do Exército.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, pediu que o casal seja condenado pelos crimes de associação criminosa e incitação das Forças Armadas para agir contra os Poderes Constitucionais no contexto que gerou os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
A denúncia será analisada pela Primeira Turma da Corte, que ainda não tem data definida. No documento encaminhado ao Supremo, Gonet detalha que Rubens e Eloisa agiram, de maneira “consciente e voluntária”, com postagens em redes sociais e organizações de encontros em acampamentos em frente as unidades militares, com objetivo de contaminar o sistema eleitoral.
“O acampamento instalado em frente ao Quartel-General do Exército em Brasília/DF funcionava como ponto de encontro da associação criminosa que, constituída de maneira estável e perene, ali permaneceu inclusive durante a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes no dia 8.1.2023”, apontou o procurador-geral da República.
Segundo a denúncia, Rubem era responsável por uma tenda de alimentação no acampamento e tinha diversas faixas com pedidos de doações. O procurador-geral relata que, conforme investigação da Polícia Federal, foi identificado que Eloisa fazia movimentação financeira incompatível com seu salário, que era pouco mais de R$ 1.200.
“Apesar de sua renda ser baixa, nos meses que precederam o protesto golpista, de novembro de 2022 a janeiro de 2023, a denunciada realizou transações de R$ 1.055.255,85 em crédito e R$ 738.577,49 em débito”, detalha.
“A partir de 9.1.2023, após os atos violentos do 8 de janeiro, o denunciado [Rubem] realizou 17 saques em espécie, no total de R$ 19.300,00, de forma fracionada, sugerindo a tentativa de burla dos limites regulatórios dos órgãos de controle”, prossegue. Os dois ainda não têm representação de advogados no processo e a CNN não conseguiu contato com os citados. O espaço segue aberto.