A crise no sistema prisional do Piauí ganhou novos contornos nesta manhã, quando um detento foi encontrado morto na Colônia Agrícola Major César Oliveira, em Teresina. Esse é o terceiro óbito registrado na unidade em apenas 30 dias, fato que levanta preocupações sobre as condições dentro da prisão. As informações foram fornecidas por Kleyton Holanda, da diretoria do Sindicato dos Policiais Penais do Piauí (Sinpoljuspi).
As circunstâncias da morte ainda estão sendo investigadas. Não se sabe se o caso foi motivado por suicídio ou por outra causa, mas o episódio reforça a sensação de insegurança vivida no sistema prisional piauiense.
Fuga em meio à crise
O registro ocorre menos de 24 horas depois de outra ocorrência grave: a fuga de um detento da Casa de Custódia de Teresina. Ele conseguiu escapar da estrutura da unidade prisional e, até o momento, permanece foragido. As buscas continuam, mas não houve recaptura.
Superlotação e falta de estrutura
A sequência de acontecimentos expõe problemas antigos e já denunciados, como a superlotação das unidades e a escassez de servidores. Policiais penais relatam dificuldades para realizar fiscalizações mais rigorosas e para manter condições mínimas de segurança.
Além disso, há críticas à condução da Secretaria de Justiça do Estado, que, segundo representantes da categoria, estaria mais voltada para disputas políticas do que para enfrentar as fragilidades do sistema carcerário.
Sindicato cobra providências
O Sindicato dos Policiais Penais do Piauí (Simpoljuspi) acompanha de perto os casos e reforça a necessidade de medidas urgentes. A entidade cobra reforço no efetivo e investimentos em infraestrutura para garantir segurança não apenas para a sociedade, mas também para os servidores.
“Infelizmente, o policial penal está fazendo o impossível para manter a situação sob controle. O Estado ainda não deu a sua contrapartida no quesito segurança prisional”, destacou a direção sindical.
Um sistema em colapso
Com mortes em série, fuga de presos e denúncias de precariedade, o sistema prisional do Piauí enfrenta uma crise que afeta não apenas os detentos, mas também os trabalhadores que atuam diariamente nas unidades.