
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Básica Pública do Piauí (SINTE) recebeu denúncias de fechamento de escolas estaduais em diversas regiões do estado, abrangendo tanto a capital quanto municípios do interior. A informação foi confirmada pela presidente do sindicato, Paulina Almeida.
Segundo o SINTE, relatos enviados por profissionais da educação indicam fechamento e fusão de unidades escolares nos núcleos regionais. A presidente do sindicato destacou que a medida não se limita apenas às escolas de Educação de Jovens e Adultos (EJA), como vinha sendo divulgada, mas também atinge unidades de ensino regular.
Paulina Almeida afirmou que a entidade tentou diálogo com a Secretaria de Estado da Educação (SEDUC) para entender os critérios adotados, mas até o momento não obteve resposta. “Nós fomos até a SEDUC em busca de diálogo, porque entendemos que o governo deveria informar tanto a comunidade quanto os trabalhadores da educação. No entanto, não houve escuta nem do SINTE nem da comunidade escolar”, declarou.
O sindicato ainda aponta que não há transparência nos critérios utilizados para determinar quais escolas seriam fechadas. “Tem unidades com mais de 100 alunos sendo fechadas, enquanto outras com menos de 100 continuam funcionando. Até agora, não sabemos qual critério foi adotado pelo governo”, disse Paulina Almeida.
Para o SINTE, a medida configura uma ação autoritária e socialmente prejudicial, que compromete o direito constitucional à educação e atinge principalmente a população mais vulnerável. “Fechar escolas não é modernizar a educação, é desmontá-la. É um ataque à juventude trabalhadora, às periferias e às comunidades do campo, que dependem exclusivamente da escola pública”, reforçou a presidente do sindicato.
O SINTE afirmou ainda ser totalmente contrário ao fechamento das unidades de ensino enquanto o governo não apresentar justificativa oficial sobre a necessidade da medida. Paulina destacou que a entidade e os estudantes estão se organizando para barrar a decisão. “Vamos nos mobilizar com os estudantes e com a classe trabalhadora para construir ações estratégicas. O governo chegou a marcar uma reunião para o dia 18, mas recuou”, relatou.
O Portal Atualize entrou em contato com a SEDUC, buscando informações sobre os critérios adotados para os fechamentos e fusões das escolas, mas até o fechamento desta matéria não obteve retorno da secretaria.
Apesar de o governo realizar reuniões diretamente nas escolas, o sindicato criticou a falta de diálogo institucional. “O governo não teve a coragem de explicar ao SINTE Piauí os motivos desses fechamentos. Por isso, seguimos mobilizados e denunciando uma decisão que fere os princípios básicos da democracia”, concluiu Paulina Almeida.






