
O prefeito de Teresina, Silvio Mendes (União Brasil), comentou oficialmente a saída do médico Charles da Silveira da presidência da Fundação Municipal de Saúde (FMS), cargo que ele ocupava pela segunda vez em menos de um ano. Em entrevista à Jornalista Lídia Brito da Rádio Piioneira, o gestor lamentou a decisão, destacou a contribuição do ex-presidente e rechaçou especulações sobre interferência política na gestão da saúde pública municipal.
“Charles é experiente, inteligente, e já tinha trabalhado conosco antes. Ele aceitou esse desafio ciente das dificuldades, inclusive em um cenário inédito: pela primeira vez decretamos calamidade pública na saúde de Teresina. Mas para existir harmonia, é preciso administrar os conflitos com razão, não com emoção”, afirmou Silvio.
Recurso em caixa e burocracia
Questionado sobre a declaração de Charles a respeito da existência de R$ 10 milhões em caixa que não estariam sendo utilizados pela FMS, o prefeito foi direto: “Não são 10 milhões, são 165 milhões, segundo o último balanço. Mas há regras, limites legais e dívidas herdadas que somam cerca de R$ 110 milhões. A FMS é um órgão da Prefeitura, e não o contrário.”
Silvio reconheceu que a burocracia atrasa processos e impede maior agilidade nas execuções financeiras, mas pontuou que a gestão precisa se submeter ao que a legislação exige.
“A Secretaria Municipal de Planejamento libera os recursos conforme o que está previsto em lei, como acontece com todas as áreas. Educação, assistência social, saúde… não é diferente”, frisou.

Substituição interina e continuidade dos serviços
Com a saída de Charles, a presidência da FMS será ocupada interinamente por Padre Francisco, que já ocupou o cargo em gestões anteriores. Segundo Silvio, a equipe que atua na Fundação é experiente e vai manter a condução dos serviços até que um novo nome definitivo seja escolhido.
“A equipe é qualificada e conhece o sistema. Vamos ter calma para encontrar uma pessoa que possa liderar a Fundação com o equilíbrio e a responsabilidade que a cidade precisa”, disse o prefeito.
“Ingerência política? Isso é leviandade”
Silvio Mendes também rechaçou com firmeza as especulações de que a saída de Charles estaria ligada à interferência política ou pressão de grupos partidários.
“Dizer que há ingerência política na Fundação é um desserviço. Isso nunca existiu nas minhas gestões, nem no passado, nem agora. Política se faz com seriedade. Quem disser que houve interferência que prove. Falar por falar é leviandade”, criticou.
Dificuldades e compromisso com Teresina
O prefeito encerrou reafirmando o compromisso com a cidade, mesmo diante das dificuldades financeiras e operacionais enfrentadas pela administração.
“A situação hoje é a mais difícil que já enfrentei em quase 20 anos de gestão pública. Mas não vamos transferir responsabilidades. Cabe a nós resolver. Teresina está chamando a gente para trabalhar pelos problemas dela, e é isso que vamos fazer”, garantiu.