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Sertanejos de direita lideram captação da Lei Rouanet, aponta levantamento

A revelação dos valores contrasta com o discurso adotado por muitos desses artistas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que atacava a Lei Rouanet classificando-a como “mamata”

A contradição dos números

Um levantamento apresentado pelo senador Randolfe Rodrigues (PT) expôs uma contradição no discurso de críticas à Lei Rouanet. Os dados revelam que artistas sertanejos, historicamente alinhados à direita e críticos do atual governo, lideram o ranking de verbas autorizadas e captadas pelo mecanismo federal, faturando cerca de R$ 334 milhões com o mecanismo de incentivo. O montante chama atenção por beneficiar nomes consagrados, com alta capacidade de faturamento próprio e que, ironicamente, compartilham posicionamentos políticos contra incentivos culturais.

Quem quer dinheiro?

No topo da lista dos maiores beneficiados figura Gusttavo Lima, com impressionantes R$ 52 milhões, seguido por Bruno e Marrone (R$ 45 milhões) e Leonardo (R$ 42 milhões). O ranking desmistifica a narrativa de que a lei privilegiaria artistas de esquerda ou veteranos da MPB, já que nenhum nome desse gênero musical aparece entre os dez maiores “mamateiros”.

O discurso da “mamata” e a realidade

A revelação dos valores contrasta com o discurso adotado por muitos desses artistas durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, que atacava a Lei Rouanet classificando-a como “mamata”. A polêmica ganhou força em 2022, quando o sertanejo Zé Neto, da dupla com Cristiano, declarou em um show em Sorriso (MT): “Nós somos artistas que não dependemos de Lei Rouanet. Nosso cachê quem paga é o povo”. Na ocasião, a dupla recebia R$ 400 mil dos cofres de uma prefeitura.

A fala desencadeou uma investigação do Ministério Público que expôs contratos milionários firmados sem licitação com prefeituras de pequenas cidades, feitos por fora da Lei Rouanet- que exige projeto e prestação de contas – , usando muitas vezes verbas de emendas parlamentares. Gusttavo Lima, líder do ranking atual, chegou a ser alvo de apurações em diversos estados por cachês que alcançaram R$ 800 mil em municípios de pequeno porte.

Só Zezé Di Camargo, que recentemente criticou o SBT por receber Lula, firmou, fora da Lei Rouanet, 42 contratos com prefeituras ao redor do Brasil para cantar em festas, rodeios e shows, que lhe renderam cerca de R$ 20 milhões em 2025, segundo apurou a coluna Outra Canal, da Folha de S. Pauo.

Ranking dos maiores beneficiários

Confira os valores acumulados pelos sertanejos no topo da lista de recursos públicos, segundo os dados divulgados por Randolfe Rodrigues.

Gusttavo Lima — R$ 52 milhões

Bruno e Marrone — R$ 45 milhões

Leonardo — R$ 42 milhões

Chitãozinho e Xororó — R$ 38 milhões

César Menotti e Fabiano — R$ 35 milhões

Zezé Di Camargo e Luciano — R$ 32 milhões

Eduardo Costa — R$ 28 milhões

Amado Batista — R$ 23 milhões

Henrique e Juliano — R$ 20 milhões

Fernando e Sorocaba — R$ 19 milhões

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