Um satélite desativado da NASA desde a década de 1960 surpreendeu a comunidade científica ao emitir um sinal de rádio extremamente poderoso, capaz de ofuscar temporariamente outras emissões cósmicas registradas naquele momento. O fenômeno ocorreu em junho de 2024, mas só foi revelado agora por astrônomos australianos.
O sinal foi captado pela equipe do Australian Square Kilometer Array Pathfinder (ASKAP) em 13 de junho de 2024. Inicialmente, os pesquisadores pensaram ter detectado um objeto celeste distante, mas uma análise posterior revelou algo surpreendente: a fonte do pulso era o satélite Relay-2, ainda orbitando a Terra.
O que pode ter causado o pulso?
O sinal, com apenas 30 nanossegundos de duração, foi forte o suficiente para gerar alvoroço entre os astrônomos. Segundo a equipe do ASKAP, a hipótese mais provável é que a emissão tenha sido provocada por uma descarga eletrostática acumulada ao longo de décadas. Essa liberação repentina pode ocorrer naturalmente em satélites antigos expostos por anos ao ambiente espacial.
Um satélite histórico
O Relay-2, junto com seu antecessor Relay-1, foi peça-chave em experimentos de comunicação durante os anos 60. Operado inicialmente pela Estação Terrestre do Deserto de Mojave, ele participou das primeiras transmissões televisivas internacionais entre os EUA, Europa e Japão. Um dos eventos históricos transmitidos com auxílio do satélite foi justamente o assassinato do presidente John F. Kennedy, em novembro de 1963.
Apesar do evento intrigante, não há indícios de que o satélite tenha voltado a operar normalmente. O pulso detectado foi isolado, mas o caso reacende discussões sobre como artefatos espaciais antigos ainda podem interagir com o ambiente ao seu redor, mesmo décadas após sua desativação.
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