A indústria brasileira voltou a registrar queda em setembro, refletindo o ritmo lento que tem marcado o desempenho do setor ao longo de 2025. Segundo dados divulgados nesta terça-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção industrial recuou 0,4% em comparação a agosto, após uma leve alta de 0,7% no mês anterior.
Na comparação com setembro do ano passado, houve avanço de 2%, mas o resultado ainda mantém o setor 14,8% abaixo do pico registrado em maio de 2011, conforme o IBGE.
De acordo com o gerente da pesquisa, André Macedo, a retração foi influenciada principalmente por segmentos de grande peso na estrutura produtiva, como a indústria farmacêutica, o setor extrativo e a indústria automobilística, que juntos representam quase um quarto da produção industrial do país.
Entre as 25 atividades pesquisadas, 12 apresentaram queda na produção. Os maiores recuos ocorreram nos ramos de produtos farmoquímicos e farmacêuticos, com redução de 9,7%, nas indústrias extrativas, com baixa de 1,6%, e na fabricação de veículos automotores, reboques e carrocerias, que caiu 3,5%.
Por outro lado, o destaque positivo foi o setor de alimentos, que cresceu 1,9% e acumulou alta de 4,4% nos últimos três meses.
O levantamento também mostra que a maioria das categorias econômicas registrou retração. Os bens de consumo duráveis caíram 1,4%, os bens intermediários recuaram 0,4% e os bens de consumo semi e não duráveis tiveram leve perda de 0,1%. Apenas a produção de bens de capital, voltada a investimentos, apresentou pequeno avanço de 0,1%.
A combinação de juros altos e demanda enfraquecida tem dificultado a recuperação da indústria nacional. Com a taxa Selic mantida em 15%, o crédito segue caro, o que desestimula investimentos e amplia os desafios para a retomada da produção.
