
A música brasileira perdeu uma de suas vozes mais intensas e queridas. Preta Gil faleceu aos 50 anos, nos Estados Unidos, após uma batalha dolorosa e corajosa contra o câncer colorretal. Diagnosticada em janeiro de 2023, ela enfrentou cada etapa da doença com força, dignidade e um coração sempre cheio de esperança. Foi assim, com luz e afeto, que ela seguiu espalhando amor, mesmo nos momentos mais difíceis.
Em agosto do mesmo ano, após meses de tratamento, Preta celebrou a remissão do câncer com entusiasmo. Rodeada pelo carinho da família e dos fãs, ela comemorou a vida com a mesma alegria que sempre a acompanhou. O sorriso de Preta nunca se apagou, e sua fé na cura era tão firme quanto sua gratidão por cada dia vivido.
Mais tarde, a doença voltou de forma silenciosa e agressiva, atingindo outros órgãos. Em maio deste ano, já nos Estados Unidos, ela buscava novas possibilidades por meio de terapias experimentais, agarrando-se com coragem à chance de um novo recomeço. Nos últimos dias, porém, seu estado de saúde se agravou e ela não resistiu.
Durante quase dois anos, Preta enfrentou internações e tratamentos intensos. Em uma das fases mais delicadas, ficou quase dois meses no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde passou por uma cirurgia de 21 horas para remover cinco tumores. O processo exigiu a amputação do reto e o uso permanente de uma bolsa de colostomia, mais um desafio encarado com honestidade, coragem e dignidade.
Apesar das dores físicas e emocionais, Preta jamais perdeu sua essência. Dividia sua rotina com os fãs nas redes sociais com impressionante franqueza e leveza, transformando dor em ponte de afeto, acolhimento e inspiração. Era vulnerável sem medo, mas também irradiava força, fé e amor à vida.
Filha de Gilberto Gil, Preta construiu sua própria trajetória na música e na luta por um mundo mais justo, livre e amoroso. Sua partida deixa um imenso vazio, mas também um legado luminoso de autenticidade, resistência e generosidade.