
Um esquema de entrada de drogas disfarçadas em alimentos levou à suspensão da entrega de leite em pó por visitantes em pelo menos quatro presídios do Piauí. A suspeita é de que o produto estivesse sendo misturado com substâncias entorpecentes antes de ser repassado aos detentos.
Um dos recados, interceptado em julho na Penitenciária Irmão Guido, revelou que um preso pediu à mãe que enviasse uma caixa de “Rivotril” escondida em um sacolão — e com o nome de outro interno para despistar a fiscalização. A mensagem escrita à mão foi enviada fora do alcance das câmeras.
Desde o início do ano, a entrada do alimento já levantava suspeitas. Equipes de vistoria notaram mudança na coloração e na textura do leite, que por vezes chegava empedrado. A hipótese é de que medicamentos como Rohypnol e Rivotril estivessem sendo usados para provocar efeitos como sedação, amnésia e apatia entre os presos.
Comportamento alterado e providências
Após a ingestão dos produtos, os detentos apresentaram sinais recorrentes de entorpecimento, desânimo e resistência a rotinas internas. Por isso, a Sejus decidiu suspender temporariamente a entrega de itens como leite em pó, chocolate e aveia por familiares.
Além disso, a entrega de um segundo sacolão mensal — antes autorizada — foi interrompida. “A medida visa reduzir o volume de itens a serem inspecionados, diante do efetivo limitado disponível nas unidades”, informou a pasta.
Enquanto durar a proibição, o leite e demais alimentos restritos estão sendo fornecidos diretamente pelo Estado para garantir a nutrição adequada dos internos.
Fonte: Cidade Verde