
O Piauí iniciou uma nova fase de reforço ao sistema penitenciário com o início da segunda turma do curso de formação de policiais penais. A capacitação reúne 214 participantes e integra a política estadual de ampliação do efetivo e modernização das unidades prisionais. O curso, com duração de quatro a cinco meses, prepara os futuros servidores para nomeação prevista para abril de 2026.
Aumento da população carcerária exige ampliação do efetivo
O secretário de Segurança Pública, Chico Lucas, destacou que o crescimento constante da população presa exige ampliação do quadro de servidores. Segundo ele, apesar do aumento das demandas, o sistema permanece organizado.
“Temos um sistema muito bem estruturado, sem celulares, sem fugas e com isolamento das lideranças. Isso é resultado de planejamento, execução e das inovações implantadas pelo coronel Carlos Augusto”, afirmou.
Ele também lembrou que o número de presos cresceu de forma acelerada. “Tínhamos 5 mil presos e hoje são cerca de 8 mil. Mesmo aumentando em 50% o quadro da Polícia Penal, a população carcerária cresceu 60% em três anos.”
Novas unidades e expansão da estrutura
O secretário de Justiça, coronel Carlos Augusto, informou que o estado se prepara para inaugurar novas unidades até abril de 2026, incluindo o Centro de Detenção Provisória de Picos, o CDP de Altos e a nova Penitenciária Feminina de Picos. Também está em construção um novo complexo penitenciário com aproximadamente mil vagas.
“A contratação dos novos policiais será fundamental para enfrentar desafios como superlotação e atuação de facções, mantendo a excelência da administração penitenciária”, destacou.
Segundo ele, a primeira turma formou cerca de 200 policiais penais e, somada à nova formação, representará reforço expressivo no efetivo.
Sindicato avalia impacto das contratações
Para o Sindicato dos Policiais Penais do Piauí, o incremento do efetivo representa um avanço importante. O diretor jurídico da entidade, Vilabaldo Carvalho, ressaltou que a pressão sobre o sistema cresceu de forma contínua.
“A população presa no estado aumentou 47% desde janeiro de 2023. O número de monitorados eletronicamente cresceu 260%. É difícil estabelecer um número ideal de policiais porque a demanda é sempre crescente”, avaliou.
Vilabaldo também citou melhorias estruturais. “Há reformas e ampliação de vagas em andamento. Nosso olhar é sempre voltado à segurança, mas reconhecemos que o sistema está avançando.”
Estado se destaca no controle interno das unidades
Durante as entrevistas, representantes destacaram que o Piauí se tornou referência nacional no bloqueio de comunicações ilícitas dentro das unidades.
“Não entra celular. Isso é resultado de melhor aparelhamento, treinamento e do trabalho dos policiais penais. Eu sempre digo que são os melhores do Brasil”, declarou o dirigente sindical.
Ressocialização como pilar do sistema
Além do reforço à segurança, o governo estadual tem mantido políticas de ressocialização, com oficinas de alvenaria, construção civil, costura e outras atividades laborais.
Segundo Chico Lucas, o equilíbrio entre custódia e oportunidade de reinserção é fundamental. “É essencial que o apenado cumpra a pena isolado de lideranças criminosas, mas também tenha acesso à ressocialização. Esse equilíbrio tem sido alcançado.”







