PUBLICIDADE

PEC da Blindagem é rejeitada pela CCJ do Senado

 Foto: Geraldo Magela/Agência Senado

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitou nesta quarta-feira (24) a chamada PEC da Blindagem, proposta que buscava ampliar a proteção de parlamentares contra investigações e processos criminais e civis.

O texto previa a volta do voto secreto nos casos de prisão de parlamentares por crimes inafiançáveis, além de estabelecer que deputados e senadores só poderiam ser alvos de medidas cautelares mediante autorização do próprio Legislativo. Na prática, a emenda representava um retrocesso no combate à corrupção e um privilégio injustificável em relação ao restante da sociedade.

A proposta havia sido aprovada na Câmara dos Deputados em 16 de setembro, com 344 votos favoráveis e 133 contrários, mas encontrou resistência no Senado. O relator Alessandro Vieira (MDB-SE) classificou a PEC como inconstitucional e injurídica.

“Vossa Excelência teve a coragem de pautar com a urgência devida essa matéria absurda e confio que o plenário desta Comissão rejeitará a PEC da Blindagem, virando uma página triste do nosso Legislativo e homenageando a nítida vontade popular, que clama por mais Justiça”, afirmou Vieira ao apresentar seu relatório.

Tentativa frustrada de salvar a PEC

Na véspera, o senador Sérgio Moro (União Brasil-PR) havia apresentado uma emenda para tentar suavizar o texto. Entretanto, durante a votação, recuou e reconheceu que “não há condições de discutir, com serenidade, esse tema da imunidade parlamentar material”. Moro chegou a dizer que a proposta era “inaceitável” e defendeu o fim do foro privilegiado.

A emenda contava com o apoio de outros 12 senadores, entre eles Ciro Nogueira (PP-PI) e Rogério Marinho (PL-RN), mas também não avançou.

Rejeição unânime

Na votação final, os senadores da CCJ se alinharam em defesa do relatório de Alessandro Vieira e contra a volta do voto secreto. O resultado foi 18 votos contrários à PEC da Blindagem, sem nenhuma manifestação favorável.

Com a decisão, o arquivamento da proposta será comunicado pelo presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). A derrota expressiva mostra que, apesar da aprovação na Câmara, a tentativa de criar privilégios para parlamentares não encontrou eco no Senado, que atendeu ao clamor popular por mais transparência e igualdade diante da lei.

DEIXE UM COMENTÁRIO

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui
Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

PUBLICIDADE

RECENTES

MAIS NOTÍCIAS