
No extremo norte do Piauí, onde o estado encontra o Atlântico em apenas 66 quilômetros de litoral, Cajueiro da Praia desponta como um dos destinos mais promissores do Nordeste. Com pouco mais de 7,6 mil habitantes distribuídos em 271 km², o município combina praias preservadas, biodiversidade marinha, esportes de vento e um patrimônio natural raro: o Cajueiro-Rei, uma árvore monumental que pode redefinir recordes mundiais.
A cidade, situada a 402 quilômetros de Teresina e integrada à Área de Proteção Ambiental do Delta do Parnaíba, é uma das rotas para o ecoturismo do estado, com ecossistemas costeiros preservados e turismo sustentável. Ela entrou na lista de 2025 do site de turismo e hotelaria Booking como um dos destinos em ascensão no Brasil para o ano que vem.
O símbolo da cidade é o Cajueiro-Rei, uma árvore com mais de 200 anos cuja copa se espalha por cerca de 8.810 a 8.834 m², o que a torna maior até do que o famoso Cajueiro de Pirangi (RN), reconhecido há décadas como o maior do mundo no livro de recordes internacionais, o Guinness World Records, com aproximadamente 8.500 m².
A expansão incomum da árvore se deve a um processo natural de clonagem vegetativa chamado alporquia, em que galhos tocam o solo, criam raízes e continuam crescendo como parte do mesmo organismo. O resultado é uma estrutura gigantesca, formada por centenas de galhos interligados, que constituem um único espécime.
De acordo com estudo publicado no periódico Genetics and Molecular Research, o cajueiro piauiense é realmente o maior do Brasil e um dos maiores do mundo.
Cajueiro da Praia também abriga algumas das praias mais preservadas do Nordeste, como Barra Grande, que se destacou nacionalmente como um dos principais destinos para o turismo esportivo de kitesurf, graças aos ventos mais estáveis e às águas rasas.
A prática esportiva atrai inclusive turistas internacionais, vindos da Europa e de outras partes da América Latina.

Outros destinos que se destacam são Barrinha, Praia do Cajueiro e Praia do Sardim, vilas de pescadores de mar calmo com pouca infraestrutura urbana.
O município integra áreas essenciais de preservação da biodiversidade marinha, como a do peixe-boi e a do cavalo-marinho. Lá se encontra uma base do Projeto Peixe-Boi, desenvolvido pelo ICMBio, responsável pelo monitoramento e resgate de indivíduos, além de desenvolver programas educativos para moradores e turistas.
Já na área dos manguezais, a tradicional Rota do Cavalo-Marinho permite aos visitantes observar o animal em seu ambiente natural, sempre com mediação de guias treinados e seguindo normas ambientais rígidas.
revistaforum






