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“O Brasil é o centro da globalização da transição energética”, diz Al Gore

Ambientalista sobre a COP30: “O Brasil tem a oportunidade de mostrar que não depende de combustíveis fósseis” – (crédito: -)

São Paulo* — O Brasil ainda não entendeu o seu real papel no diálogo de sustentabilidade e transição energética global, pois é um exemplo nesse segmento, na avaliação do ex-vice-presidente dos Estados Unidos e sócio fundador da Generation Investment Management (GIM). Vencedor do Prêmio Nobel da Paz de 2007, Al Gore escolheu o Brasil como destino da maior parte do capital da sua gestora nos próximos anos, cujo portfólio atual de investimentos gira em torno de US$ 16,5 bilhões.

“O Brasil tem a oportunidade de mostrar que não depende de combustíveis fósseis”, afirmou o ex-vice-presidente norte-americano, na palestra de abertura do Expert XP, no São Paulo Expo, na Zona Sul da capital paulista. Segundo ele, investir em sustentabilidade é rentável e ainda preserva o meio ambiente que está sofrendo fortes mudanças devido ao excesso de poluição que vem sendo jogada na atmosfera.

“O Brasil é o centro da globalização da transição energética e tem quase 90% de energia renovável e com um conjunto de biodiversidade e um mix de oportunidades impressionantes”, justificou ele ao explicar o porquê de instalar um escritório no país. Ele lembrou que o Brasil tem a Petrobras, que produz combustíveis fósseis, “mas é um modelo de nação” por ter quase 90% da sua energia vindo de energias renováveis. “A Generation veio para ficar, porque acreditamos que o futuro é aqui no Brasil”, disse ele, defendendo que a meta da empresa é a transição energética justa.

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Al Gore contou que a primeira vez que veio ao Brasil foi para participar da conferência da ECO92, que ocorreu no Rio de Janeiro, em 1992, quando, pela primeira vez, foi aberta a discussão sobre aquecimento global. Para ele, o fato de o país sediar a 30ª Conferência sobre Mudanças Climáticas da Organização das Nações Unidas (ONU), a COP30, em Belém, é o fechamento desse ciclo iniciado lá atrás.

“Estou ansioso para estar em Belém e acho que o Brasil, ao receber a COP30, fecha o ciclo, porque estamos voltando para a nação onde começou a discussão na ECO92 e estou ansioso por estar em Belém”, reforçou. Ele destacou que, desde então, houve alguns progressos, “mas que não foram suficientes”.

Na avaliação do ambientalista, a COP30 será a oportunidade de uma discussão sobre a energia limpa ser mais barata do que as formas poluentes de energia. “É uma oportunidade de fazermos parte da solução dessa realidade inconveniente”, destacou ele, em referência ao best-seller dele Uma verdade inconveniente, que inspirou o documentário de mesmo nome e vencedor de dois Oscars em 2006.

“A crise climática é o desafio mais sério que a sociedade enfrenta atualmente”, alertou ele citando como exemplo, as enchentes do Rio Grande do Sul, no ano passado, e outras mais recentes, no Texas (EUA), além dos incêndios no Brasil, assim como na Califórnia (EUA), e nos países europeus, como Grécia e Portugal.

“Os eventos climáticos estão acontecendo porque estamos enchendo a atmosfera de poluição e colocando todo esse calor gerado pelos gases poluentes, colocando em risco a nossa geração e as futuras”, apontou. “A boa notícia é que os investidores e lideres inteligentes estão encontrando formas de ganhar dinheiro com a transição energética e o uso das energias renováveis”, enfatizou.

Energias renováveis
Al Gore ainda lembrou que o investimento para preservar o futuro não pode visar o lucro a curto prazo. “Todos sabem que a melhor forma de investir é a longo prazo e os lucros de projetos sustentáveis, ocorrem mas vem depois de muitos anos”, explicou. “E, nesses 22 anos da Generation, estamos registrando retornos acima do nosso benchmark”, garantiu.

De acordo com o ex-vice-presidente dos EUA, o Brasil ainda tem a oportunidade de tirar proveito do movimento em direção ao aço verde e ao cimento verde, que são produzidos com energias renováveis, uma vez que é crescente o número de empresas e clientes que querem produtos com baixa pegada de carbono. “E os investidores têm a oportunidade de tirar proveito desse movimento em direção ao aço verde e ao cimento verde. São áreas que a Generation vem abordando no Brasil”, afirmou.

Pouco antes da palestra de Al Gore, o CEO da holding XP, Thiago Maffra, que fez um balanço dos 15 anos do Expert XP até o evento se tornar o maior do mundo sobre investimentos. E tudo começou após a crise financeira global de 2008. “Muita gente esquece disso, mas a primeira plataforma aberta de investimentos no Brasil foi a XP, em 2010”, recordou. “Hoje, qualquer pessoa consegue abrir uma conta e ter acesso a vários produtos de investimentos, mas quem criou esse mercado foi a XP, que está entre os líderes do mercado”, acrescentou.

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