Uma nova ressaca do mar voltou a atingir as praias de Maramar e Macapá, em Luís Correia, no litoral do Piauí, nesta quinta-feira (17.10).
Em Maramar, as ondas gigantes fizeram a água chegar até a rua de acesso à praia e causaram grandes prejuízos. Bares e restaurantes foram severamente danificados.
Os estabelecimentos mais afetados foram os bares e restaurantes de “Chiquinho”, “Paulo” e “Neguinho do Caranguejo”. A água do mar chegou até a rua de calçamento em frente às barracas.
No povoado de Macapá, o bar e restaurante do “Matéia” ficou isolado, com o proprietário, José de Arimatéia Lopes da Cruz, de 62 anos, temendo que a maré suba ainda mais, deixando o local completamente submerso.
Essa é a segunda ressaca em menos de 30 dias. No dia 20 de setembro, o fenômeno já havia causado estragos, atingindo pelo menos 13 bares e restaurantes nas praias de Maramar e Macapá, com os maiores danos também registrados em Maramar.
Publicidade
Segundo a previsão, as ondas gigantes devem continuar nesta sexta-feira (18) e sábado (19), com expectativa de mar mais calmo somente no domingo (20). As rajadas de vento intensas, comuns nesta época do ano, são características da região, favorecendo esportes como o kitesurf, mas também contribuem para a instabilidade marítima.
Prejuízos e ausência do poder público
Osvaldo Sousa, de 68 anos, dono de um dos restaurantes mais atingidos, afirma que não há muito o que fazer a não ser aceitar o prejuízo. Ele é um dos que não conseguiu reabrir após a destruição quase total de seu estabelecimento. Como muitos outros comerciantes da área, Osvaldo reclama da falta de assistência do poder público.
Em setembro, após a primeira ressaca, a prefeita de Luís Correia, Maninha Fontenele (PT), enviou uma equipe para avaliar os danos e prometer ajuda, mas até agora nada foi feito. Osvaldo, que é aposentado, apela por apoio do governo, ressaltando o medo de que o mar invada também as casas de veraneio localizadas nas proximidades da praia.
Fenômeno e mudanças climáticas
Publicidade
A ressaca do mar é um fenômeno natural causado pela instabilidade atmosférica, muitas vezes associada à passagem de frentes frias ou ciclones. Também está ligada às variações das marés e às fases da lua, resultando em ondas de grande amplitude, que podem gerar danos significativos em áreas costeiras. Além de prejudicar a infraestrutura, a ressaca contribui para a erosão e desestabilização do litoral.
Com as mudanças climáticas, esses fenômenos vêm se tornando mais frequentes, afetando de forma severa comunidades litorâneas, como as de Maramar e Macapá. O aumento da temperatura global e o derretimento das calotas polares impactam diretamente no nível do mar, agravando as ressacas e outros eventos extremos.
Fonte: Piauí Hoje