O Ministério Público do Estado do Piauí (MPPI) solicitou à Justiça a transferência da vereadora Tatiana Medeiros (PSB) e de seu companheiro, Alandilson Cardoso, para um presídio com Regime Disciplinar Diferenciado (RDD), destinado a internos de alta periculosidade ou que descumprem regras do sistema prisional.
A requisição foi apresentada no dia 20 de maio pelo promotor de Justiça João Batista de Castro Filho, titular da ação que investiga a parlamentar. O pedido ainda não foi analisado pelo Poder Judiciário.
A solicitação do MP foi embasada na apreensão de um aparelho celular na sala onde Tatiana se encontrava custodiada, no Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, em Teresina. De acordo com relatório da Polícia Federal (PF), a vereadora teria utilizado o aparelho para realizar mais de 1.500 ligações entre os dias 7 de abril e 20 de maio — inclusive com outros investigados no mesmo processo.
A superintendente da PF no Piauí, Melissa Maximino, afirmou nesta quinta-feira (5) que Tatiana violou as medidas cautelares impostas pela Justiça, o que justificaria a transferência para o RDD. “Fica claro no relatório o uso do celular para chamadas, inclusive para outros investigados, e até compras por aplicativo bancário. Então, ela deveria ser transferida para o um presídio dentro do regime Disciplinar Diferenciado (RDD)”, declarou.
Alandilson Cardoso, companheiro da vereadora, também está preso, em Minas Gerais, acusado de liderar uma facção criminosa. As autoridades consideram que ambos mantiveram comunicação mesmo durante o período de detenção, o que poderia configurar obstrução de investigação criminal.
O caso segue em análise, e o MP aguarda decisão do Judiciário sobre o cumprimento das medidas mais severas de custódia.