Pequenos agropecuaristas denunciam a morte repentina de bovinos, caprinos e ovinos em municípios do Piauí. Em Simões, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Rural estima que mais de 100 animais já morreram na região, a cerca de 450 km de Teresina. A causa das mortes ainda é desconhecida.
No município vizinho de Curral Novo do Piauí, produtores também registraram perdas significativas. Segundo a secretária de Agricultura, Angelucia Macedo, somente um criador perdeu 35 ovinos, enquanto outro relatou cinco mortes e quatro animais doentes.
A Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (Adapi) informou que técnicos já visitaram propriedades afetadas e que a situação está sendo acompanhada em conjunto com o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
Além do prejuízo econômico, os criadores relatam forte impacto emocional. A assistente social Sayonara Lima contou que seu pai perdeu um bode de estimação e uma cabra em apenas três dias. “A perda sentimental é impagável. O coração da nossa família está dilacerado. Eu nem sei mensurar a financeira, pois muitos criadores vivem dessa criação”, disse.
O professor Williams Costa, diretor do Centro de Ciências Agrárias (CCA) da Universidade Federal do Piauí (UFPI), também acompanha o caso. Ele relatou que, em sua propriedade no município de Matões (MA), perdeu 38 ovelhas. Veterinário de formação, afirmou que os sintomas apresentados pelos animais são semelhantes aos da “manqueira bovina”.
De acordo com Rosenalvo Coelho, secretário municipal de Desenvolvimento Rural de Simões, os primeiros sinais observados nos animais são fraqueza e inchaço. Muitos acabam morrendo após dias de mal-estar. “Tem animais morrendo na região faz mais de 30 dias, e os criadores sem saber exatamente do que. Aqui em Simões passa de 100 animais mortos, e eu mesmo já perdi bichos”, lamentou.
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