
O tenente-coronel Mauro Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro e delator da trama golpista investigada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), foi alvo de mandados de busca e apreensão nesta sexta-feira (13), em Brasília. A ação faz parte de uma investigação da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre uma suposta tentativa de Cid de obter cidadania portuguesa com o objetivo de deixar o país.
Inicialmente, fontes da investigação confirmaram à TV Globo que havia uma ordem de prisão contra o militar. No entanto, segundo a defesa de Mauro Cid, o mandado foi revogado antes de ser cumprido.
A operação também resultou na prisão do ex-ministro do Turismo Gilson Machado, em Recife (PE). Segundo a Polícia Federal e a PGR, há indícios de que Machado tenha atuado junto ao consulado de Portugal na capital pernambucana, no mês passado, para viabilizar um passaporte português em nome de Mauro Cid.
Na última terça-feira (10), a PGR solicitou ao STF a abertura de um inquérito para investigar o ex-ministro. O pedido incluiu medidas como busca e apreensão, além da quebra dos sigilos telefônico e de mensagens de Machado.
De acordo com a Polícia Federal, arquivos encontrados no celular de Mauro Cid indicam que ele já buscava a cidadania portuguesa desde janeiro de 2023.
Cid, Bolsonaro e outros 29 aliados são réus em uma ação penal no STF que investiga a tentativa de golpe de Estado com o objetivo de manter o ex-presidente no poder, mesmo após sua derrota nas eleições de 2022 para Luiz Inácio Lula da Silva. Ao longo desta semana, oito desses réus foram interrogados pela Corte.