Dez pessoas estão sendo investigadas após aplicar o golpe do Ozempic no Piauí. A quadrilha tinha sede em Fortaleza (CE) e realizava a compra de medicamento em farmácias e distribuidoras de medicamentos no Piauí. A polícia já identificou as farmácias que realizavam a receptação e a venda do remédio no Ceará. O grupo utilizava cartões clonados para pagar o produto. O golpe causou um prejuízo de mais de R$ 200 mil em distribuidoras de medicamentos de Teresina.
Criado para o tratamento de diabetes tipo 2 e utilizado de forma off label para o emagrecimento, o Ozempic tem como princípio ativo a semaglutida, substância que imita o hormônio GLP-1, produzido pelo sistema gastrointestinal, e tem como uma de suas funções avisar ao cérebro que o corpo está saciado.
O delegado Humberto Mácola, da Delegacia de Repressão e Combate aos Crimes de Informática (DRCI), está à frente das investigações e explicou como o golpe lesou empresas no Piauí.
O grupo era composto por cerca de 10 pessoas, eles encomendavam os medicamentos no Piauí e contratavam uma empresa para realizar a entrega da medicação em Fortaleza. Na hora de realizar o pagamento, o grupo utilizava cartões clonados. A empresa que realizava o transporte dos medicamentos até o Ceará não tinha participação no golpe.
“Eles entraram em contato via WhatsApp com as farmácias e distribuidoras no Piauí para fazer o pedido do medicamento. As empresas lesadas enviavam o link para pagamento, via cartão de crédito, e os criminosos utilizavam cartões clonados para pagar a conta. A compra era aprovada, inicialmente, pela operadora e no dia seguinte o dono do cartão de crédito recebia a mensagem avisando sobre a compra. Naturalmente o dono do cartão não reconhecia a compra e entrava em contato com a operadora para estornar a compra e as empresas piauienses ficavam no prejuízo”, disse o delegado.
Quando os donos legítimos dos cartões de crédito percebiam a movimentação, informavam às operadoras que não reconheciam a compra e estornavam o pagamento. Mas a essa altura, a mercadoria já havia sido despachada para Fortaleza e as empresas ficavam no prejuízo. Ao perceber o golpe, os empresários buscaram a delegacia para registrar boletim de ocorrência. Os suspeitos tiveram as contas bloqueadas e estão sendo chamados pela polícia para prestar esclarecimento.
“Eles focavam nas distribuidoras, que tinham um estoque maior do medicamento, mas também lesaram farmácias menores. Uma caneta dessa pode chegar a custar até R$ 1.000. Já identificamos vários suspeitos, tanto os que executaram quanto os receptadores, eles já estão com as contas bloqueadas”, explicou.
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