
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva conduziu nesta segunda-feira uma reunião virtual com os líderes dos países do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul – além de representantes de Egito, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Irã e Arábia Saudita. O encontro teve como objetivo discutir os impactos do recente aumento tarifário dos Estados Unidos, além de temas relacionados à COP30 e ao cenário econômico global.
O governo norte-americano anunciou a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, medida interpretada como retaliação a ações judiciais envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Em resposta, o Brasil acionou mecanismos da Organização Mundial do Comércio (OMC) e avaliou medidas comerciais recíprocas. Durante a cúpula, os líderes do Brics analisaram os efeitos das tarifas unilaterais no comércio internacional e discutiram estratégias de cooperação econômica para mitigar impactos negativos sobre os países emergentes.
Além das questões comerciais, a reunião abordou a necessidade de fortalecer o multilateralismo e promover reformas em organismos internacionais, como a OMC. Os líderes reforçaram a importância de políticas baseadas em regras equitativas, capazes de atender aos interesses das economias em desenvolvimento. A agenda climática também esteve em destaque. Com a COP30 prevista para ocorrer em Belém, no Brasil, os países participantes reafirmaram seu compromisso com ações concretas para a mitigação das mudanças climáticas e o desenvolvimento sustentável. O presidente Lula destacou a relevância de uma abordagem coordenada entre os países emergentes na implementação de políticas ambientais globais.
Embora não tenha sido divulgada uma declaração conjunta, os líderes do Brics concordaram em manter diálogo contínuo e coordenado, com vistas a enfrentar políticas comerciais unilaterais e fortalecer a cooperação econômica e ambiental do bloco. Uma nova reunião está prevista para o final de outubro, para avaliar avanços e consolidar ações conjuntas. A cúpula reforça o papel do Brics como fórum estratégico para os países em desenvolvimento, atuando na defesa de interesses comuns em questões econômicas, comerciais e ambientais.