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Lula mantém chefe da Abin no cargo mesmo após indiciamento pela Polícia Federal

Segundo auxiliares próximos ao presidente, Lula entende que o indiciamento, por si só, não justifica a substituição do diretor-geral, e determinou que o Palácio do Planalto acompanhe de perto o andamento do processo.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva decidiu manter Luiz Fernando Côrrea à frente da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), apesar de seu indiciamento pela Polícia Federal (PF). A informação foi divulgada pelo jornal O Globo. Segundo auxiliares próximos ao presidente, Lula entende que o indiciamento, por si só, não justifica a substituição do diretor-geral, e determinou que o Palácio do Planalto acompanhe de perto o andamento do processo.

A investigação da PF aponta que Côrrea e membros de sua gestão teriam atuado para dificultar as apurações sobre a chamada “Abin Paralela” — estrutura montada durante o governo de Jair Bolsonaro para realizar monitoramentos clandestinos com o sistema FirstMile, sem autorização judicial ou controle institucional. Segundo o relatório da corporação, o grupo teria usado a agência para fins políticos e privados, inclusive espionando autoridades como ministros do STF, congressistas e até jornalistas.

Mesmo diante das acusações, a permanência de Côrrea já era dada como provável no Planalto antes da decisão final de Lula. O presidente costuma aguardar o oferecimento formal de denúncia pelo Ministério Público para afastar aliados diretos — como fez no caso do ex-ministro das Comunicações Juscelino Filho. Além disso, auxiliares relatam que Lula enxerga o episódio como reflexo de uma “guerra corporativista” entre PF e Abin.

Côrrea é delegado da Polícia Federal e tem uma relação histórica com Lula: foi responsável pela criação da Força Nacional no primeiro mandato e comandou a PF no segundo. Ao nomeá-lo para a Abin em 2023, Lula lhe deu carta branca para reformar o órgão e torná-lo mais próximo do gabinete presidencial. A escolha também representou uma disputa de espaço com Andrei Rodrigues, atual diretor-geral da PF e aliado do ministro da Justiça Ricardo Lewandowski e da primeira-dama Janja da Silva.

O desgaste entre Côrrea e Rodrigues se intensificou com as investigações da PF, que culminaram em buscas na sede da Abin e revelações sobre a atuação de uma “estrutura paralela” responsável por produzir dossiês ilegais e disseminar desinformação contra autoridades dos Três Poderes.

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