
O líder do PT na Câmara dos Deputados, Lindbergh Farias (RJ), afirmou a Paulo Cappelli, que entregará nos próximos dias à Polícia Federal um dossiê contendo registros da atuação internacional de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O material reunido por Lindbergh inclui vídeos, declarações públicas e registros de encontros de Eduardo com autoridades dos Estados Unidos. Nessas reuniões, de acordo com o petista, foram discutidas possíveis sanções contra Moraes e outras autoridades brasileiras, como o procurador-geral da República, Paulo Gonet.
“O que Eduardo Bolsonaro está fazendo é mais grave que o 8 de janeiro. É a continuação do golpe, movimentando uma potência estrangeira para fazer coação no curso do processo”, afirmou Lindbergh. Para ele, o filho do ex-presidente age com o objetivo de “ameaçar” os magistrados responsáveis por julgar Jair Bolsonaro e seus aliados no STF.
O deputado petista é autor de pedidos encaminhados ao Supremo que solicitam tanto a apreensão do passaporte quanto a prisão preventiva de Eduardo, sob a justificativa de que sua atuação configura ameaça ao Judiciário brasileiro e tentativa de obstrução de Justiça.
Por sua vez, Eduardo Bolsonaro rebateu a abertura do novo inquérito, afirmando que o procurador-geral Paulo Gonet “deu um tiro no pé” ao formalizar a denúncia. Na avaliação do deputado do PL, a apuração promovida pelo STF fortaleceria, paradoxalmente, os argumentos utilizados por ele para que sanções internacionais sejam aplicadas contra Moraes e, agora, também contra o próprio PGR.