
O Laboratório Central de Saúde Pública do Piauí (Lacen-PI), em parceria com o Laboratório de Vigilância Genômica e Biologia Molecular (LVGBM) da Fiocruz Piauí, confirmou a circulação da linhagem XFG do SARS-CoV-2 no estado. A identificação ocorreu por meio do monitoramento genômico de amostras clínicas positivas para Covid-19.
Segundo o Lacen-PI, foram analisados 44 genomas de amostras coletadas entre janeiro e agosto de 2025, provenientes de cidades como Teresina, Altos, Parnaíba, São João do Piauí, Campo Maior e Morro Cabeça do Tempo. A linhagem XFG já havia sido identificada em outros estados, incluindo Rio Grande do Norte, Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Goiás, Distrito Federal e Santa Catarina. No Piauí, onde o número de casos de Covid-19 tem apresentado aumento nas últimas semanas epidemiológicas, a confirmação da variante ajuda a explicar o cenário atual.
Trata-se de uma linhagem recombinante, com mutações na proteína spike que podem reduzir parcialmente a neutralização por anticorpos. No entanto, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), não há evidências de que a XFG provoque casos mais graves ou comprometa significativamente a eficácia de vacinas e tratamentos antivirais. Por isso, a OMS classificou a variante como “sob monitoramento”, o que exige atenção reforçada, mas não mudanças nas condutas clínicas ou de vacinação.
A Sesapi informou que o Lacen-PI continuará realizando testagem diagnóstica e sequenciamento genômico regularmente, em parceria com a Fiocruz Piauí e as vigilâncias municipais, para identificar rapidamente alterações no padrão de circulação viral e subsidiar decisões de saúde pública. Marylane Viana, coordenadora de Vigilância em Saúde da Sesapi, destacou a importância de manter medidas de precaução: “É fundamental que a população evite aglomerações e utilize máscaras, especialmente em unidades de saúde ou locais com grande concentração de pessoas. Essas ações ajudam a reduzir a disseminação do vírus, protegendo especialmente idosos, crianças e adolescentes, que estão entre os grupos mais vulneráveis”.
A vacinação segue como principal estratégia de combate à Covid-19. A Sesapi reforça que pessoas dos grupos de maior risco devem receber a dose a cada seis meses, enquanto a população em geral deve manter a imunização anual para reduzir a circulação do vírus.