O ataque partiu do perfil identificado como @eng.mateusporto (Mateus Porto) em resposta a um vídeo em que Alcântara entrevista o senador Ciro Nogueira (PP), líder do Progressistas.
Na publicação, Mateus Porto escreveu: “Capitão do mato com o senhor de engenho”, uma referência direta ao período escravocrata brasileiro, quando os chamados “capitães do mato” eram negros usados pelas elites brancas para perseguir e capturar outros negros escravizados que tentavam fugir.
A expressão carrega hoje uma carga simbólica violenta e humilhante, frequentemente usada com conotação pejorativa contra negros que, na visão de seus críticos, estariam “servindo aos interesses da elite branca”.
O uso do termo contra Pedro Alcântara, que é negro, já motivou revolta entre seus apoiadores e internautas que apontaram o comentário como injurioso e racista.
Juridicamente, há precedentes. Em 2022, o ex-ministro e ex-governador do Ceará, Ciro Gomes, foi condenado por injúria racial após se referir ao deputado federal Fernando Holiday (PL-SP) como “capitão do mato” durante uma entrevista. A Justiça entendeu que o uso do termo é ofensivo, pois reforça estereótipos raciais e remete a um papel de submissão histórica.
Embora até o momento o autor do comentário não tenha se manifestado, a postagem ainda está visível e repercutindo negativamente.
Nas redes sociais, usuários cobram responsabilização legal e denunciam o teor racista da fala. Pedro Alcântara, até o momento, também não comentou publicamente o episódio.
