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Jornal espanhol El País destaca a resistência de Lula diante da agressão trumpista

A Casa Branca se recusa a negociar com Brasília enquanto o processo não for arquivado.

247 – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou que o Brasil não aceitará o que considera um ataque direto à sua soberania por parte do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A reportagem é do El País , que destacou a postura firme do líder brasileiro diante das sanções unilaterais impostas por Washington e da tentativa de interferência no Judiciário nacional.

Os Estados Unidos aplicaram tarifas de 50% sobre produtos brasileiros — o patamar mais alto desde o fim da Segunda Guerra Mundial, também imposto à Índia. Segundo o jornal, Trump deixou claro que a medida é uma forma de pressão para que o Supremo Tribunal Federal encerre o julgamento por tentativa de golpe de Estado contra o ex-presidente de extrema direita Jair Bolsonaro. A Casa Branca se recusa a negociar com Brasília enquanto o processo não for arquivado.

Em resposta, Lula afirmou: “O presidente dos Estados Unidos acha que pode dar ordens a um país soberano como o Brasil. É inadmissível que qualquer país, seja grande ou pequeno, decida dar um aviso à nossa soberania”.

Sanções inéditas e recusa ao diálogo

Além das tarifas, Washington impôs sanções econômicas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, semelhantes às aplicadas contra ditadores e terroristas, e revogou vistos de quase todos os ministros da Corte. Para diplomatas brasileiros ouvidos pelo El País, trata-se de um ataque sem precedentes de uma democracia contra outra.

Mesmo com histórico de diplomacia conciliadora, Lula mantém a decisão de não retaliar com medidas equivalentes. Em entrevista à Reuters, afirmou: “Eu poderia ter anunciado um tarifário contra os produtos norte-americanos, mas não vou fazer isso porque não quero me comportar como o presidente Trump. Quero demonstrar que, se um não quer, dois não brigam”.

Busca por novos aliados

Diante do bloqueio norte-americano, Lula intensifica contatos com líderes como Narendra Modi (Índia) e Vladimir Putin (Rússia), e negocia conversa com Xi Jinping (China). Paralelamente, o governo brasileiro acionou a Organização Mundial do Comércio e acelerou as tratativas para o acordo Mercosul-União Europeia, além de explorar novas parcerias com México, Canadá e países do Sudeste Asiático. O movimento reforça a aproximação do Brasil com o Sul Global e a diversificação de mercados.

Para o cientista político Thomás Zicman de Barros, citado pelo El País, a ofensiva de Trump acabou fortalecendo Lula internamente: “Ao vincular as tarifas e as críticas ao Supremo ao bolsonarismo, Trump permite que o governo Lula se apresente como vítima de uma ingerência estrangeira”.

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