O Ministério das Relações Exteriores divulgou, na noite desta terça-feira (9), uma nota oficial em que condena as recentes declarações do ex-presidente norte-americano Donald Trump, que insinuou a possibilidade de recorrer a sanções econômicas e até ao uso da força contra o Brasil. Na resposta, o Itamaraty classificou as falas como “inaceitáveis e contrárias ao direito internacional”, reforçando que a soberania nacional e a democracia brasileira não se submetem a pressões externas.
As reações ocorreram após uma porta-voz da Casa Branca afirmar que Trump “não tem medo de usar o poder econômico e militar dos Estados Unidos para proteger a liberdade de expressão no Brasil”. A fala gerou forte repercussão política e diplomática, sobretudo em meio ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de aliados no Supremo Tribunal Federal (STF), processo que tem atraído atenção internacional.
O governo brasileiro, em sua manifestação, repudiou o que chamou de tentativa de instrumentalizar governos estrangeiros para influenciar decisões internas. Segundo a nota, “os Três Poderes da República seguem firmes na defesa da Constituição e não se intimidarão diante de ameaças externas”.
Essa não é a primeira tensão entre Brasil e Estados Unidos desde a volta de Trump ao poder. Em julho, o governo norte-americano anunciou a aplicação de uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, a mais alta do mundo, encerrando negociações comerciais em andamento. A nova escalada de declarações aumenta a preocupação sobre os rumos da relação bilateral. Analistas avaliam que um endurecimento no discurso pode prejudicar não apenas a cooperação política, mas também áreas estratégicas de comércio e investimentos.
Encerrando a nota, o Itamaraty destacou que o Brasil continuará defendendo seus interesses nacionais em fóruns internacionais e que não aceitará “qualquer tipo de intimidação que atente contra a vontade soberana do povo brasileiro”.
