247 – A escalada no Oriente Médio atingiu um novo patamar neste fim de semana, após os Estados Unidos se juntarem formalmente à ofensiva aérea de Israel contra instalações nucleares e alvos militares no Irã. A informação foi divulgada inicialmente pela rede RT, que vem acompanhando os desdobramentos do conflito em tempo real.
O governo iraniano, no entanto, reagiu com dureza. O ministro das Relações Exteriores, Seyed Abbas Araghchi, condenou o ataque, classificando-o como “uma violação grave da Carta da ONU, do direito internacional e do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP)”. Ele declarou:
“O Irã reserva todas as opções para defender sua soberania, seus interesses e seu povo”.

A chancelaria iraniana divulgou nota oficial neste domingo chamando os ataques de “brutal agressão militar dos EUA contra instalações nucleares pacíficas”, e exigiu uma reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas e do conselho da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).
“O governo belicista e violador da lei dos EUA é responsável pelos efeitos extremamente perigosos e pelas consequências deste grande crime”, diz o texto.
Reação militar e apelos internacionais
Enquanto mísseis iranianos eram detectados em direção ao território israelense — obrigando sirenes a soarem em diversas regiões do país — o Exército de Israel informou que sua força aérea estava “operando para interceptar e eliminar ameaças”, recomendando que a população siga instruções do Comando da Frente Interna.
No plano internacional, o México foi um dos primeiros países a se manifestar, pedindo “diálogo diplomático urgente pela paz”, de acordo com os princípios pacifistas de sua política externa.
Críticas internas nos EUA
A resposta interna à ação de Trump também foi imediata e contundente por parte de parlamentares democratas. A deputada Alexandria Ocasio-Cortez acusou o presidente de agir de forma “impulsiva” e afirmou que o ataque “representa claramente fundamentos para um processo de impeachment”. Já Ilhan Omar qualificou a operação como “uma escalada perigosa e imprudente”. Yassamin Ansari, também deputada, declarou que a ação foi “ilegal” e pediu uma sessão de emergência do Congresso. O líder democrata no Senado, Chuck Schumer, reforçou a necessidade de aplicar a Lei dos Poderes de Guerra, afirmando que “nenhum presidente deve ter autorização para levar o país à guerra com ameaças erráticas e sem estratégia”.
O ataque também marcou a estreia em combate da bomba GBU-57 “Massive Ordnance Penetrator” (MOP), de 30 mil libras, segundo apurou o New York Times. O armamento, projetado para destruir alvos subterrâneos altamente protegidos, foi lançado por bombardeiros stealth B‑2 Spirit.
A Organização de Energia Atômica do Irã (AEOI) confirmou que os ataques atingiram as instalações nucleares de Fordow, Natanz e Isfahan, classificando-os como “ilegais e brutais”. Em nota, a AEOI criticou o fato de que os alvos operavam sob supervisão de inspetores internacionais e acusou a AIEA de indiferença.
Por sua vez, o Centro Iraniano de Segurança Nuclear Nacional informou que realizou inspeções emergenciais e que não foram detectados vazamentos de material radioativo.
“Não há perigo para os residentes das regiões atingidas”, concluiu o órgão.
Conflito em escalada
A ofensiva de Israel, batizada de “Operação Leão em Ascensão”, teve início em 13 de junho e foi justificada por Tel Aviv como ação “preventiva” para impedir que o Irã desenvolvesse armas nucleares. Teerã insiste que seu programa é estritamente pacífico e respondeu aos ataques com mísseis e drones.
O Ministério da Saúde iraniano informou que os bombardeios israelenses já deixaram pelo menos 430 mortos e mais de 3.500 civis feridos. Do lado israelense, autoridades reportaram 25 mortes e mais de 2.500 feridos.
Com dois protagonistas nucleares em rota de colisão aberta, a crise entre Irã, Israel e Estados Unidos coloca o mundo diante de um risco real de expansão bélica regional, com possíveis consequências globais. A expectativa agora recai sobre a reação do Conselho de Segurança da ONU e sobre a capacidade da diplomacia internacional em evitar uma guerra ainda mais devastadora.