
A primeira missa dominical celebrada pelo padre Júlio Lancellotti após a proibição de transmissões pela internet reuniu um grande número de fiéis e apoiadores na Igreja São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo. A celebração lotou o interior do templo e precisou ser estendida para a área externa da paróquia.
Durante a homilia e ao final da missa, Lancellotti comentou a decisão da Arquidiocese de São Paulo e afirmou que o trabalho desenvolvido pela Pastoral do Povo de Rua, da qual é coordenador, tem sido alvo de ataques organizados. Segundo o padre, há movimentos que atuam para deslegitimar as ações voltadas ao atendimento de pessoas em situação de vulnerabilidade.
Em sua fala, ele ressaltou que muitos dos críticos desconhecem a trajetória da pastoral e o histórico de atuação junto à população em situação de rua. O sacerdote também destacou que, enquanto parte da comunidade se reúne para ações solidárias e de fé, outros se mobilizam movidos pelo ódio e pela desinformação.
A celebração foi marcada ainda por manifestações públicas de apoio ao padre, incluindo a circulação de um abaixo-assinado entre os fiéis presentes. A mobilização ocorreu em meio à repercussão da decisão da Arquidiocese, que optou por manter as celebrações apenas de forma presencial.
Em nota, a Arquidiocese de São Paulo informou que eventuais questões envolvendo padres e o arcebispo são tratadas internamente e no âmbito da própria Igreja, sem detalhar os motivos da medida.
Reconhecido nacionalmente pelo trabalho social que desenvolve há mais de quatro décadas, padre Júlio Lancellotti já foi alvo de críticas e ofensivas políticas nos últimos anos, especialmente por sua atuação na distribuição de alimentos e defesa dos direitos da população em situação de rua. Nas redes sociais, ele reúne milhões de seguidores. Apesar do alcance digital, as missas seguem sendo realizadas exclusivamente de forma presencial.






