
A família de Maria de Fátima, de 26 anos, cobra respostas após a morte da jovem e de sua bebê recém-nascida em decorrência de complicações no parto realizado na Maternidade do Promorar, em Teresina. A tragédia aconteceu no início de setembro e deixou quatro crianças órfãs de mãe.
Maria chegou à maternidade no dia 3 de setembro com 5 centímetros de dilatação e suspeita de eclâmpsia. De acordo com familiares, a equipe deveria tê-la transferido para a Maternidade Dona Evangelina Rosa, referência em casos de alto risco. No entanto, ela acabou dando à luz ainda no Promorar. Durante o procedimento, os profissionais colocaram uma sonda, o que levantou dúvidas na família.
“Por que a sonda? Qual a necessidade? Por que não transferiram ela? Só estavam ela e meu filho, e ninguém explicou nada”, questionou a sogra, dona Silvana Lira, em entrevista ao Portal Atualize.
Três dias após o parto, Maria recebeu alta. Pouco depois, em casa, passou a sentir dores intensas no abdômen. Ao retornar à unidade, foi medicada e encaminhada para outros hospitais, mas os médicos não identificaram a causa. Somente após novos exames revelaram-se pedras na vesícula e trombose na perna esquerda. Quando, finalmente, ela foi transferida para a Evangelina Rosa, já apresentava infecção generalizada. Maria passou por cirurgia, mas não resistiu.
A bebê também enfrentou complicações logo após o nascimento. Com febre alta e sinais de desnutrição, foi levada à UPA do Promorar, mas morreu no mesmo dia após sofrer uma parada cardíaca.
Para dona Silvana, a falta de respostas amplia a dor da perda:
“Uma mãe de 26 anos perder a vida assim, deixando quatro filhos pequenos, é uma injustiça. Queremos justiça. Meus netos choram todos os dias pela mãe, e eu não tenho resposta para dar a eles.”
A família cobra investigação das autoridades de saúde para esclarecer o caso e evitar que outras mulheres passem pela mesma situação.
Nota da FMS
A Fundação Municipal de Saúde (FMS) confirmou, em nota, a morte de Maria de Fátima. A instituição informou que ela foi atendida inicialmente no Promorar e depois encaminhada para a Maternidade Dona Evangelina Rosa, onde precisou de cuidados intensivos em UTI e morreu após complicações.
Quanto à bebê, a FMS explicou que ela chegou em estado grave à UPA do Promorar, com quadro de desidratação. Logo na chegada, sofreu uma parada cardíaca e, apesar das tentativas de reanimação, não resistiu.
A FMS destacou que a Comissão de Óbito analisa os casos conforme protocolos do Ministério da Saúde e que a direção acompanha a apuração com compromisso de transparência e segurança na assistência.
A instituição manifestou solidariedade à família e reafirmou o compromisso com a qualidade do atendimento materno-infantil.
O Portal Atualize também buscou posicionamento da Maternidade Dona Evangelina Rosa, mas não obteve resposta até o fechamento desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação da instituição.