
A onda de protestos que tomou conta do Nepal desde o início da semana resultou em mais uma tragédia. A esposa do ex-primeiro-ministro Jhala Nath Khanal, Rajyalaxmi Chitrakar, morreu após a residência da família, localizada em uma área nobre da capital Katmandu, ser incendiada por manifestantes na terça-feira (9).
Segundo relatos da imprensa local, um grupo cercou a casa, ateou fogo e impediu a saída da ex-primeira-dama. Ela chegou a ser socorrida pelo Exército e levada ao Hospital de Queimados de Katmandu, mas não resistiu aos graves ferimentos.
Protestos contra censura e desigualdade
Os protestos, liderados principalmente por jovens da chamada “Geração Z”, começaram após o governo impor restrições a diversas redes sociais. A medida foi vista como uma tentativa de censura, ampliando o descontentamento popular diante de problemas crônicos como corrupção, desemprego e privilégios da elite política.
A indignação aumentou quando vídeos mostrando o estilo de vida luxuoso dos filhos de líderes políticos circularam nas redes, inflamando ainda mais os manifestantes.
Escalada da violência e crise política
Além de residências particulares, prédios públicos como o parlamento, a Suprema Corte e a sede administrativa de Singha Durbar também foram alvo de incêndios. O país vive uma das maiores ondas de instabilidade política de sua história recente.
Diante da pressão popular e do agravamento da violência, o primeiro-ministro KP Sharma Oli apresentou sua renúncia, abrindo uma crise institucional em meio às manifestações.
Reações internacionais
A vizinha Índia emitiu alerta de segurança para seus cidadãos que vivem no Nepal e recomendou cautela diante do cenário de instabilidade. Organizações internacionais também expressaram preocupação com a escalada da violência e pediram diálogo entre governo e sociedade civil.
O presidente do Nepal fez um apelo por calma e pela busca de soluções pacíficas, mas até o momento os protestos continuam em diversas cidades do país.