Os recentes episódios de envenenamento que vitimaram membros de uma mesma família em Parnaíba (PI) trouxeram à tona o problema da venda de produtos tóxicos proibidos, como o chumbinho. Em agosto e novembro de 2023, duas crianças, Ulisses Gabriel, de 7 anos, e João Miguel, de 8 anos, morreram após ingerirem cajus envenenados no Conjunto Dom Rufino 2, bairro Igaraçu. No dia 1º de janeiro de 2025, outros membros da mesma família também foram envenenados, resultando na morte de Manoel Leandro da Silva, de 18 anos, sua irmã Francisca Maria da Silva, de 32 anos, e os filhos dela, Igno Davi da Silva, de 1 ano e 8 meses, e Maria Lauane, 3 anos.

Esse atentado evidenciou o fácil acesso a produtos tóxicos ilegais no Brasil, levando as autoridades a intensificar as operações de fiscalização. Ontem (09/01), em Teresina (PI), uma ação conjunta resultou na apreensão de produtos clandestinos e na notificação de comerciantes. A Vigilância Sanitária e a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (ADAPI) devem dar continuidade a ações em outras regiões, com o objetivo de coibir a venda de agrotóxicos ilegais e prevenir novos casos de envenenamento, seja por atos criminosos ou acidentes.

A Vigilância Sanitária e a Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Piauí (ADAPI) devem dar continuidade a ações em outras regiões, com o objetivo de coibir a venda de agrotóxicos ilegais e prevenir novos casos

Fiscalização e Investigação

De acordo com Joseany Andrade, fiscal estadual agropecuária em Parnaíba, a ADAPI tem a função de fiscalizar o uso e a comercialização de agrotóxicos no estado, interditando produtos ilegais, como chumbinho, e acionando outros órgãos responsáveis para aplicação de penalidades. Joseany destacou ainda que, além dos crimes, o uso imprudente de pesticidas por produtores rurais, devido à falta de conhecimento técnico, pode provocar mortes acidentais.

Paralelamente às operações de fiscalização, as investigações do caso em Parnaíba continuam avançando. A Polícia Civil estuda a possibilidade de exumar o corpo de Igor Lopes, de 23 anos, ex-companheiro de Francisca Maria, que morreu em 2023 após apresentar sintomas semelhantes aos relatados pelas vítimas recentes, como dores de cabeça, náuseas e vômitos. A exumação depende da análise das condições do sepultamento e da viabilidade de encontrar indícios que possam esclarecer o caso.

Comércio ilegal

O caso de envenenamento em Parnaíba gerou grande repercussão e aumentou a preocupação com o comércio ilegal de substâncias tóxicas. A população deve denunciar a venda de produtos clandestinos, considerando que o sucesso das operações preventivas depende também da colaboração dos cidadãos.

COSTA NORTE

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui