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Em nota conjunta, BRICS cobram reformas globais e condenam ataques em Gaza

Ministros dos BRICS, reunidos na ONU, defendem multilateralismo, pedem voz ao Sul Global e criticam ofensiva israelense em Gaza

247 – Os ministros das Relações Exteriores dos BRICS realizaram nesta sexta-feira (26), em Nova York, encontro à margem da 80ª Assembleia Geral da ONU. A reunião foi presidida pela Índia, que assumirá a presidência rotativa do bloco em 2026.

De acordo com comunicado oficial divulgado pelo Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os representantes dos BRICS abordaram temas de segurança, economia, clima, direitos humanos e cooperação multilateral. Eles reafirmaram o compromisso de atuar por uma governança global mais inclusiva, com maior participação de países do Sul Global em organismos decisórios.

Defesa do multilateralismo e da reforma da ONU

Os chanceleres reiteraram a necessidade de fortalecer o sistema multilateral, com reformas profundas nas instituições financeiras internacionais e na Organização das Nações Unidas. Um dos pontos centrais foi o apoio à ampliação do Conselho de Segurança da ONU, com inclusão mais robusta de países emergentes, entre eles Brasil e Índia, que receberam respaldo explícito de China e Rússia.

“Reiteramos nosso compromisso de revitalizar as discussões sobre a reforma do Conselho de Segurança e fortalecer a Assembleia Geral e o Conselho Econômico e Social”, afirmaram os BRICS em nota conjunta.

Palestina, Oriente Médio e condenação a Israel

A guerra em Gaza ocupou parte central da pauta. Os BRICS condenaram os ataques israelenses contra o território palestino, considerados pelos ministros como responsáveis por “sofrimento sem precedentes à população civil”. O comunicado exige cessar-fogo imediato e permanente, retirada das tropas israelenses, reconstrução da infraestrutura palestina e adesão plena da Palestina à ONU.

Os chanceleres também condenaram o ataque armado de Israel contra o Catar, classificado como “violação flagrante da soberania” e “grave ameaça à paz regional e internacional”. Além disso, expressaram preocupação com bombardeios contra instalações civis e nucleares no Irã, cobrando respeito ao direito internacional.

Compromissos em clima, finanças e combate ao terrorismo

Na agenda econômica, os BRICS alertaram para medidas protecionistas unilaterais que ameaçam o comércio global e pediram reformas nas instituições de Bretton Woods para aumentar a representatividade dos países emergentes.

Eles reforçaram ainda compromissos na área climática, com apoio à presidência brasileira da COP30, em Belém, e à criação do Fundo Florestas Tropicais para Sempre. Os BRICS também reafirmaram o combate ao terrorismo em todas as suas formas, cobrando a rápida adoção da Convenção Abrangente sobre Terrorismo Internacional.

O comunicado destacou o papel das mulheres em processos de paz e desenvolvimento, a luta contra o racismo e a importância da cooperação cultural. Os BRICS saudaram a proclamação da Segunda Década Internacional para os Afrodescendentes (2025–2034) e a decisão da União Africana de declarar 2025 como o ano da “Justiça para os Africanos e Afrodescendentes por meio de Reparações”.

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