O afogamento é a principal causa de morte de crianças de um a quatro anos no Brasil. Um estudo realizado pela Sociedade Brasileira de Salvamento Aquático (Sobrasa) apontou que a cada três dias uma criança morre afogada no país. O número acende um sinal de alerta, uma vez que esse tipo de fatalidade é completamente evitável, mas continua a ocorrer de forma frequente. Nos registros de óbitos entre 2021 e 2022, as crianças de um a quatro anos de idade foram as principais vítimas, com o registro de 943 mortes. Em seguida, estão 860 óbitos de adolescentes de 15 a 19 anos.
Preocupada com os números alarmantes, a deputada estadual Bárbara do Firmino protocolou e está tramitando na Alepi um Projeto de Lei que cria a “Semana Estadual de Conscientização e Prevenção ao Afogamento Infantil”, que será realizada anualmente na segunda semana de abril, e tem como objetivo diminuir os índices de mortalidade infantil causados por afogamento no Piauí.
De acordo com a deputada, os índices são preocupantes e por isso é necessário ser pensada uma medida para reduzir esses números. “Recentemente passamos por um episódio no município de Francisco Macedo, no qual conseguimos salvar a vida do pequeno Wellington Rafael, que estava se afogando. Diante disso, resolvemos elaborar o Projeto de Lei que visa a criação de uma semana estadual para conscientização e prevenção ao afogamento infantil”, acrescenta.
Bárbara relata ainda que alguns dias depois, houve uma fatalidade no município de Regeneração-PI, onde uma outra criança de cinco anos foi encontrada sem vida em uma piscina residencial. “Contamos com o apoio dos colegas deputados para que seja aprovado esse Projeto de Lei, assim estaremos protegendo, em especial, as nossas crianças e evitando que outras fatalidades aconteçam. Temos a certeza que o nosso governador irá sancionar o projeto e assim conseguiremos proteger as nossas crianças”, acrescenta.
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No Piauí, o número de afogamentos dobrou nos últimos quatro anos. Segundo um levantamento do CBM, o número de ocorrências por afogamento saltou de 26 para 50 casos, um aumento de quase 100%. “Este crescimento é alarmante e nos preocupa muito, por isso acredito que a criação da Semana irá nos ajudar refletir e pensar em medidas para preparar as pessoas para, em caso de acidente, conseguir tomar as primeiras providências e assim salvar vidas”, enfatiza.
Segundo dados colhidos no DATASUS, nos últimos três anos temos os seguintes registros de mortalidade por afogamento no Piauí: em 2021 ocorreram 96 mortes por afogamento e submersões acidentais, destas, 13 crianças com idades de um a quatro anos; e cinco crianças com idades de cinco a nove anos, totalizando 18 mortes por afogamento infantil.
Já em 2022 ocorreram 111 mortes por afogamento e submersões acidentais, destas, 11 crianças com idades de um a quatro anos; quatro crianças com idades de cinco a nove anos; e cinco crianças com idades de 10 a 14 anos, totalizando 19 mortes por afogamento infantil. Em 2023 ocorreram 117 mortes por afogamento e submersões acidentais, destas, quatro crianças com idades de um a quatro anos; cinco crianças com idades de cinco a nove anos; e quatro crianças com idades de 10 a 14 anos, totalizando 13 mortes por afogamento infantil.