
A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira (17) o delegado Rodrigo de Melo Teixeira, ex-superintendente da instituição em Minas Gerais, durante operação contra uma organização criminosa suspeita de corrupção, lavagem de dinheiro e crimes ambientais. Ao todo, foram expedidos 22 mandados de prisão, dos quais 17 já foram cumpridos.
O delegado ganhou projeção nacional em 2018, quando conduziu as investigações sobre o atentado contra o então candidato Jair Bolsonaro em Juiz de Fora. No ano seguinte, esteve à frente da apuração do rompimento da barragem de Brumadinho.
Além de Teixeira, foi preso o diretor da Agência Nacional de Mineração (ANM), Caio Mário Trivellato Seabra Filho.
Um dos presos na operação é o Bolsonarista radical, e “lobista político” grupo do deputado Nicolas Ferreira (PL-MG) Gilberto Henrique Horta de Carvalho, ou Gilberto Carvalho.
Esquema de propinas e fraudes ambientais
Segundo as investigações, o grupo criminoso subornava servidores de órgãos estaduais e federais — como a ANM, o IPHAN e a Fundação Estadual do Meio Ambiente — para liberar autorizações ambientais fraudulentas. As licenças eram utilizadas para exploração irregular de minério de ferro, inclusive em áreas de preservação e locais tombados, com risco elevado de danos sociais e ambientais.
O inquérito, aberto em 2020, aponta o pagamento de mais de R$ 3 milhões em propina, incluindo mesadas a servidores para atender interesses da organização. Os investigadores identificaram projetos ligados ao esquema com potencial econômico superior a R$ 18 bilhões.
Medidas judiciais
A Justiça Federal determinou ainda o afastamento de servidores públicos, o bloqueio de R$ 1,5 bilhão em ativos e a suspensão das atividades das empresas envolvidas. O conglomerado sob investigação reúne mais de 40 companhias.
Os alvos poderão responder por crimes ambientais, usurpação de bens da União, corrupção ativa e passiva, organização criminosa, lavagem de dinheiro e embaraço às investigações.