
247 – A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, enfrentou uma nova rodada de ataques por parte de parlamentares nesta quarta-feira (2), durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados. A sessão foi convocada para tratar de queimadas e desmatamento no país, mas rapidamente se transformou em palco de confrontos políticos e ofensas pessoais. As informações são do g1.
Entre as críticas mais duras, o deputado Evair Vieira de Melo (PP-ES) acusou Marina de promover um “adestramento da esquerda” e de ter um discurso “golpista que vale para um lado e não vale para outro”. O parlamentar afirmou ainda que a ministra “tem dificuldades com o agronegócio”, dizendo: “A senhora nunca trabalhou, nunca produziu, não sabe o que é prosperidade construída pelo trabalho. Todo mundo sabe, o mundo sabe que a senhora tem um discurso alinhado com essas ONGs internacionais”, declarou.
Marina manteve a compostura ao longo da audiência e respondeu às críticas com firmeza, mas sem alterar o tom. “Eu fiz uma longa oração. E eu pedi a Deus que me desse muita calma, muita tranquilidade, porque eu sabia que, depois do que aconteceu no Senado, aqueles que gostam de abrir a porteira para o negacionismo, para a destruição do meio ambiente, para o machismo, para o racismo, iam achar muito normal fazer o que está acontecendo aqui, num nível piorado. Mas acho que Deus me ouviu e eu estou em paz”, afirmou.
O presidente da comissão, deputado Rodolfo Nogueira (PL-MS), também atacou a atuação da ministra, afirmando que ela protagoniza “um dos capítulos mais contraditórios e desastrosos da política ambiental brasileira”. Ele alegou que o desmatamento na Amazônia aumentou “482%” durante sua gestão — sem apresentar fonte para o número — e ironizou o discurso da ministra: “Ao contrário da narrativa da senhora, de que a culpa do desmatamento não é mais do Bolsonaro, agora a culpa é de São Pedro.”
Além das críticas ao seu desempenho, Marina foi chamada de “mal educada” e “vergonha como ministra” por outros deputados, que sugeriram que ela deveria “pedir demissão”.