247 – A ex-presidente da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, aproveitou a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à sua residência em Buenos Aires, nesta quinta-feira (3), para denunciar o que chamou de perseguição política e “deriva autoritária” no país. Cristina cumpre prisão domiciliar após ser condenada por corrupção, mas continua atuando politicamente e mantém apoio de uma parcela expressiva do peronismo.

Em uma publicação feita após o encontro, Cristina deu o tom político da visita e fez duras críticas ao Judiciário argentino e ao governo do presidente Javier Milei. “Hoje recebemos o companheiro Lula na minha casa, onde estou sob detenção domiciliar por decisão de um Poder Judiciário que há muito tempo deixou de disfarçar sua subordinação política e se transformou em um partido político a serviço do poder econômico.”
“Os olhos do mundo estão atentos para como a Argentina vive uma autêntica deriva autoritária nas mãos do governo de Milei; no que podemos identificar como terrorismo de Estado de baixa intensidade”, completou
Cristina também denunciou prisões de manifestantes opositores, destacando ações da ministra da Segurança, Patricia Bullrich. “Ontem mesmo, pudemos ver como Bullrich mandou prender várias companheiras. Todas elas… mulheres, jovens e militantes. Ela o fez a pedido de José Luis Espert, para quem seus opositores só merecem ‘cadeia ou bala’, assim como vimos no dia 18 de junho, quando identificaram e hostilizaram pessoas que marchavam rumo à Praça de Maio”, criticou.
Segundo o jornal O Globo, após o encontro com Cristina, Lula teria dito a interlocutores: “acredito na inocência de Cristina”.