O Copom ( Comitê de Política Monetária ) do Banco Central aumentou, nesta quarta-feira (11), sua taxa básica de juros , a Selic , em 1 ponto percentual, elevando o percentual para 12,25%. A decisão foi influenciada pelo aumento do Dólar e a expectativa da taxa de inflação.
O Copom justificou o aumento como uma estratégia de convergência da inflação para o redor da meta ao longo do horizonte relevante. “Sem prejuízo de seu objetivo fundamental de assegurar a estabilidade de preços, essa decisão também implica suavização das flutuações do nível de atividade econômica e fomento do pleno emprego”.
“Os bancos centrais das principais economias permanecem determinados em promover a convergência das taxas de inflação para suas metas em um ambiente marcado por pressões nos mercados de trabalho. O Comitê avalia que o cenário externo segue exigindo cautela por parte de países emergentes”, afirmou o BC.
Com relação ao Brasil, o Comite avaliou que os indicadores de atividade econômica e do mercado de trabalho segue apresentando dinamismo, com destaque para a divulgação do PIB do terceiro trimestre, que indicou abertura adicional do hiato.
Segundo o Copom, a inflação cheia e as medidas subjacentes têm se situado acima da meta para a inflação e apresentaram elevação nas divulgações mais recentes.
Especialistas
A pesquisa Focus apontou que as expectativas de inflação para 2024 e 2025 ficam em torno de 4,8% e 4,6%, respectivamente. Segundo o BC, essa projeção para o segundo trimestre de 2026, situa-se em 4,0% no cenário de referência.
“Nesse momento que a economia precisa é um ajuste de confiança do comprometimento do governo com o controle da inflação. Então, para o mercado financeiro, o aumento de 100 bips acabaria acalmando mais o aumento do dólar e ajudaria a voltar ao comprometimento do Banco Central e o comprometimento com o ajuste de inflação da parte do governo. Sabemos que apenas só o aumento dos juros não é o suficiente, porque precisamos também de um corte de custo fiscal”, destaca Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike.
Já no cenário global, um dólar forte pode reduzir o ritmo de crescimento das economias emergentes, afetando o comércio internacional e a demanda por commodities, com reflexos diretos no Brasil, dada sua dependência de exportações de produtos básicos.
“Essa elevação, embora mais moderada do que um aumento de 1 ponto percentual, ainda poderá pressionar setores dependentes de crédito e comprometer o crescimento econômico no curto prazo. O impacto nos consumidores e empresas será sentido, com financiamentos e empréstimos ficando mais caros, o que pode desacelerar a recuperação econômica. O mercado também observará com atenção o comunicado que acompanhará a decisão, buscando sinais sobre os próximos passos do BC, especialmente em um cenário de alta do dólar e incertezas sobre a eficácia das medidas fiscais em andamento”, analisou Carlos Braga Monteiro, CEO do Grupo Studio.
IG